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domingo, 24 de maio de 2015

Definindo Violência

Apesar de estarmos cercados em meio a tanta violência, de ouvirmos falar sobre isso, de conhecermos alguém próximo a nós que já passou por isso, é sempre bom parar para observarmos como a violência se faz presente nos dias de hoje e as vezes não nos damos conta de que estamos sendo violentadas. Aqui segue a definição de violência segundo a OMS e alguns tipos de violência que presenciamos.
A violência foi definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 2002) como o “uso intencional da força ou poder em uma forma de ameaça ou efetivamente, contra si mesmo, outra pessoa ou grupo ou comunidade, que ocasiona ou tem grandes probabilidades de ocasionar lesão, morte, dano psíquico, alterações do desenvolvimento ou privações”.
O termo violência contra a mulher foi dado pelo movimento social feminista há pouco mais de vinte anos. A expressão refere-se a situações diversas quanto aos atos e comportamentos cometidos: violência física, assassinatos, violência sexual e psicológica cometida por parceiros (íntimos ou não), estupro, abuso sexual de meninas, assédio sexual e moral (no trabalho ou não), abusos emocionais, espancamentos, compelir a pânico, aterrorizar, prostituição forçada, coerção à pornografia, o tráfico de mulheres, o turismo sexual, a violência étnica e racial, a violência cometida pelo Estado, por ação ou omissão, a mutilação genital, a violência e os assassinatos ligados ao dote, violação conjugal, violência tolerada perpetrada pelo Estado, etc. 
Resultado de imagem para artigo sobre tipos de violênciaNão se deixe violentar. Denuncie. Ligue 180.

sábado, 23 de maio de 2015

Bebidas batizadas

Infelizmente é comum nos dias de hoje, as bebidas batizadas. O ato de batizar uma bebida é deixar a vítima inconsciente, dopada, limitar suas ações, etc...O propósito desta ação pode variar desde brincadeiras, a assédios, roubos ou até mesmo sequestros com vítimas fatais.
É bom quando sair, principalmente num local público como: bares, festas, boites,... evitar a exposição do seu copo ou aceitar bebidas de terceiros. Nunca se sabe as intenções dos que estão próximos de nós. Então não confie. Seja seguro da situação. Esteja atento as circunstâncias.

Melissa

Tudo ocorre na hora que precisa. Sempre ouvi esta frase mas nunca acreditei. Sempre achei que o melhor seria correr atrás do que desejava e do que acreditava. Só nunca pensei que o Mauro estivesse lá, para me fazer arrepender das decisões que tomei.
Sempre fui revoltada com a vida que eu tinha. Era meio que ter que fazer as coisas certas. Eu queria mais. Era jovem, era bonita e queria divertir. Queria explorar a vida e vê o que ela me reservava. Um dia, arrumei as minhas coisas e junto com mais duas amigas, caímos no mundo.
As primeiras noites foram perfeitas, depois fomos roubadas. Perdemos a identidade, as roupas e o dinheiro. Não tínhamos como voltar para casa, afinal se voltássemos, ouviríamos algo do tipo: avisei. Não era isso que queríamos. Numa dessas idas a boite, encontrei o Mauro. Bonito, despojado e se interessara por mim. No início não dei bolas, mas agora precisava recomeçar, então decidi ir até lá. Não disse a ele sobre a minha situação. Fingi interesse, dançamos, aceitei que ele me pagasse umas bebidas e meio que tonta fui parar na cama dele.
Quando acordei não sabia ao certo o que tinha acontecido. Havia uma parte da noite que não me lembrava. Tentei levantar da cama, minha cabeça rodava. Com muito esforço fui até a porta para ver se o via, mas a maçaneta estava trancada. Tentei achar as minhas roupas, mas o quarto estava muito escuro. Sozinha, sem roupas e com frio, resolvi voltar para a cama.
Dormi não sei por quantas horas. Ao acordar com uma meia luz, percebi que Mauro estava no quarto. Não tinha muitas forças. Estava com fome e com sede. Ele me alimentou. Não sei se havia algo no que comi ou no que bebi, só sei que não me lembro do que falamos, não me lembro do que fizemos.  Não sei dizer por quanto tempo estive com ele. Não sei dizer se era dia ou se era noite. Minha vida tornou um ciclo de acordar, dormir, comer. Lembro de algumas vezes ir ao banheiro para tomar um banho ou até mesmo escovar os dentes. 
Não sei o que aconteceu com as minhas amigas, com a minha família, nem mesmo sei se alguém procurava por mim. Não me lembro da última vez que assisti uma televisão ou que ouvi uma música. Parece que uma boa parte da minha memória foi excluída na noite que saí com o Mauro e a outra parte não faz muito sentido.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Prevenção contra aids

Não tomem nenhuma atitude precipitada. Uma má decisão pode alterar todo o percurso da sua vida. Dialoguem com a família, caso não consigam, busquem ajuda. Seja na Igreja, na Escola ou com uma assistente social. O importante é não achar que conseguem segurar esta barra sozinhos. Quanto aos que não estão nesta situação prevenir é sempre a melhor solução.
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Fábia

Não imaginei que tudo aconteceria tão rápido na minha vida. Foram questões de minutos para que eu me destruísse por completo. Me apaixonei por um homem que dizia que me amava. Me entreguei para ele e acreditei que viveria um grande amor. Só não imaginava que seria mais uma dor.
Depois de ter me entregado a ele, o Vítor desapareceu da minha vida. Tentei encontrá-lo, mas foi em vão. Com dois meses, percebi que estava grávida. Ao fazer exames descobri que ele havia me transmitido HIV. Surtei. Não acreditava que isso pudesse estar acontecendo comigo.
Demorou para que eu me desse conta do que se passava. Fiquei incrédula com a situação. Como poderia ter tudo isso acontecido? Eu só tinha 16 anos e estava com a minha vida virada de cabeça para baixo. O pior que o que mais me machucava foi ele ter desaparecido sem me dizer nada. Por um bom tempo quis acreditar que algo tinha acontecido, depois imaginei que ele tivesse viajado com urgência, pensei também no fato dele ter outra família, pensei em muitas coisas, menos em mim. 
Acredito que o que mais me machucou foi ter confiado tanto nele. Ele sabia tudo ao meu respeito. E eu não sabia nada sobre ele. Só que o amava. E isso para mim bastava.
E agora? O que eu poderia fazer com a minha vida? Sem ele, grávida e doente. Ele destruiu tudo que eu poderia vir a sonhar. Como dizer tudo isso a minha família? Ainda mais a minha família que sempre me considerou a filha perfeita. Aquela que sempre estava longe de problemas. Como pude ter caído nessa? Eu realmente não sei o que fazer. Me sinto perdida. Me sinto completamente destruída.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Conversando um pouquinho

Estou de volta. Muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo e eu acabei me distanciando do blog, mas enfim, voltei. 
Hoje vou falar um pouco sobre a violência doméstica já que esse fenômeno infelizmente cresce entre a população mundial, tornando-se um problema social que afeta a integridade física de quem é violentada, na maioria dos casos, a mulher.
A violência doméstica recebe esta denominação por ocorrer dentro do lar e o agressor ser alguém que já manteve ou mantém uma relação com a vítima. A violência doméstica independe da condição social, do grau de escolaridade, da raça ou do credo.
De acordo com a OMS (dados de 2013) 1/3 das mulheres sofrem violência doméstica no mundo. O relatório constatou que a violência contra as mulheres é uma das causas para uma variedade de problemas de saúde que vai desde lesões à depressão ou até mesmo problemas mentais e morte.
O que precisamos é exigir dos nossos governantes, políticas públicas mais eficazes que visa combater este fenômeno e proporcionar um atendimento mais adequado a estas vítimas, reintegrando-as à sociedade.
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segunda-feira, 11 de maio de 2015

Falando a verdade

Esse é um assunto delicado de ser tratado. Acredito que é a primeira vez que fico sem palavras numa situação como essa, porque o que é certo para mim pode não ser certo para você. Vivemos num mundo onde as leis existem para serem cumpridas, mas neste mesmo mundo a família também deveria ser algo sagrado. Então aqui ficamos no impasse de qual fala mais forte na nossa vida? 
Infelizmente ou felizmente, nossas ações geram reações que as vezes não estamos preparados para lidar. Então meu conselho é ser sábio neste momento. Até para pensar em sabedoria me encontro hoje numa encruzilhada. Sócrates dizia que: "inteligente é aquele que sabe que não sabe nada" e para atenuar o meu impasse citarei Fernando Pessoa onde afirma que: "o verdadeiro sábio é aquele que assim se dispõe que os acontecimentos exteriores o alterem minimamente. Para isso precisa couraçar-se cercando-se de realidades mais próximas de si do que os fatos, e através das quais os fatos, alterados para de acordo com elas, lhe chegam."

Marília

Por algum motivo que eu desconheço sempre acreditei não ser da minha família. Não por questões de aparência, mas por nunca ter me considerado membro da família. Sempre pensei diferente, sempre agi diferente e as minhas opiniões eram sempre diferentes. Isso acontecia com as mínimas coisas. Até que um dia foi tomando uma proporção que saiu do meu controle.
Não que eu fosse a certinha, mas sempre agi de forma coerente e nunca gostei de lesar o próximo. Sempre gostei de trabalhar, de ganhar meu dinheiro com honestidade e comprar o que os meus recursos permitiam. Infelizmente, eu era a única da família a pensar assim.
Não é a minha intenção criticar, nem muito menos julgar. Mas meus pais não eram pessoas honestas. O meu pai foi preso quando eu tinha seis anos, minha mãe continuou o seu trabalho durante todo esse período. Meu pai continuava a comandar do presídio e ela obedecia. Meus irmãos eram aqueles que todo mundo tinha medo. Andavam armados e faziam justiça com as próprias mãos. Um certo dia, eu cansei disso tudo, cansei dessa vida de mocinha e bandidos e sem pensar nas consequências, decidi denunciá-los.
Com a minha ajuda a polícia montou um esquema para pegá-los. Foram uns dois meses, observando-os, juntando provas documentais até que chegou o grande dia. Neste dia específico, inventei uma viagem de estudo. Todos acreditaram, mesmo porque eu nunca mentia. Sei que depois de muita confusão, correrias e tiroteios, meu irmão havia sido morto, o outro conseguira fugir e minha mãe havia sido presa.
Quando soube do ocorrido, apesar de saber que era o certo, me senti enojada pelo que havia feito, afinal mesmo errada eram a minha família, senti uma enorme culpa. Fiquei com medo de voltar para casa e sofrer represálias. A polícia estava atrás de mim porque queriam que eu fosse testemunha no julgamento e com certeza a essa altura o meu irmão já sabia que eu tinha sido a denunciante. Neste nosso mundo, nada fica escondido.
Sem nada, mudei de cidade, mudei de nome, tentei arrumar um emprego e recomeçar. As coisas estavam difíceis. Não era fácil arcar com a minha escolha. Depois de muito procurar, consegui um emprego numa lanchonete. Lá me apaixonei por um policial e depois de um ano nos casamos. Ele não estranhou os meus pais não terem vindo para o nosso casamento porque logo quando nos conhecemos havia dito a ele que era órfã (parecia que a mentira já fazia parte da minha vida) e a partir daí me recriei como pessoa.
Quase dois anos juntos e me sentindo realmente feliz, uma descoberta. Lucas (meu marido) vira na delegacia uma foto minha de desaparecida “procura-se”. No início ele não pôde acreditar que era eu, depois de me investigar e constatar, ele me denunciou.

A polícia chegara a minha casa para me buscar. O julgamento da minha mãe estava próximo e eles ainda queriam que eu testemunhasse. Eu pensei em fugir, mas eles me escoltavam. Tentaram me levar a delegacia, mas a esta altura meu irmão já sabia do meu paradeiro e veio atrás de mim para o acerto de contas.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Consciência

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Lin Yutang diz que: " uma pessoa com consciência limpa não tem motivos para temer os espectros" já em contrapartida Sófocles afirma que: "não existe um acusador mais poderoso que a consciência que habita em nós."
O que importa na vida é você se sentir bem, com a sua consciência limpa, desenvolvendo o seu papel social como indivíduo numa sociedade as avessas sem preocupar com os julgamentos de terceiros, porque no fim você terá a certeza de que fez as escolhas certas.

Luciana Helena

Eu sempre fui uma boa observadora, porém eu nunca observava o que acontecia comigo. Sempre reparei nos outros , na vida dos outros, no que os outros tinham, sobre o que falavam, suas conquistas e suas perdas. Comecei tanto a vivenciar o que acontecia a minha volta, que sem perceber já estava fixada na vida da minha vizinha Rafaela.
Rafaela sempre foi ativa, bonita, educada, personalidade forte e sempre sabia o que queria. Gostava tanto de tudo que vinha dela que sem perceber fui me tornando sua cópia fiel. Com o tempo, essa situação foi perdendo o controle. Comecei a me endividar para ter as mesmas coisas do que ela. Buscava todos os tipos de tratamento para ficar parecida com ela. A minha casa era meio que uma cópia fiel da casa dela e com o tempo batalhei tanto que consegui trabalhar na mesma empresa do que ela. Foi aí que tudo saiu do controle.
Eu já não queria ser a cópia, mas a original. E para eu ser a original, eu tinha que eliminar a Rafaela dali. Ela já não me inspirava mais, eu sabia que podia ser melhor do que ela. Com o tempo, eu arquitetei um plano para que ela perdesse o emprego e que eu conseguisse ser promovida ao cargo dela. Depois que ela ficou desempregada, para mim ainda não bastava, eu quis ficar também com o noivo dela. E fiquei. E ela perdeu novamente. Depois da falta de emprego, do rompimento do noivado, aos poucos ela foi perdendo tudo. Ela não tinha mais meios de se bancar.
Quando ela estava na pior das situações, procurou por mim para pedir ajuda, eu fui categórica em dizer que ela não era nada minha e que eu não devia nada a ela. Depois de algum tempo soube que ela estava com depressão e daí não tive mais notícias dela.
Depois de aproveitar tudo o que conquistei, comecei a me sentir vazia e raras as vezes percebia que tinha tomado um rumo errado na minha vida. Mas, depois eu olhava para tudo que eu tinha e sentia orgulho das minhas conquistas. Com o passar dos anos, comecei a perceber com as coisas que me aconteceram, que havia sim, cometido vários erros, principalmente com a Rafaela. Tentei ir atrás dela, pedir desculpas, tentar ajudá-la, mas já era tarde. Ela já havia morrido. Quando soube deste fato, meu mundo desmoronou. Senti uma culpa terrível e por ironia do destino, tudo que havia adquirido, fui perdendo aos poucos. Quando percebi, já não tinha mais nada. 
Estava sozinha, doente, não tinha mais bens e vivia apenas da aposentadoria. Mas, o pior era o peso da minha consciência.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Só sei que nada sei...

Fiquei pensando na pergunta que fiz no post de ontem de "quando a gente é a gente mesmo?" e até agora não sei responder. Creio que ficaria dias pensando sobre o assunto e não chegaria a uma resposta sensata. 
Fiquei pensando se somos quem realmente somos, se fingimos ser quem realmente somos, se nós interpretamos um personagem pelo qual as pessoas gostariam que fôssemos ou se realmente nos tornamos o que as pessoas desejam de nós, ou se esse é um processo de ser, de se adaptar e transformar de acordo com o ambiente.
Sei que se formos parar para nos observarmos, existe uma essência que nos mantêm como pessoa, mas a outra parte de quem somos é adaptado há situações que vivenciamos, ao ambiente que estamos ou aos problemas dos quais passamos.
Não sei neste momento se estou me fazendo compreender, nem mesmo sei se estou me compreendendo, mas neste exato momento acho que não somos quem realmente somos. Se eu parar para observar a pessoa que eu era e a pessoa que eu me tornei eu não consigo entender qual processo que passei para me transformar tanto como ser humano. Será amadurecimento? Não sei. Sócrates já dizia o que penso hoje: "só sei que nada sei, e o fato de saber isso, me coloca em vantagem sobre aqueles que acham alguma coisa."
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terça-feira, 5 de maio de 2015

Vi uma pergunta

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Pensando no sofrimento da Rute, coincidentemente hoje encontrei uma pergunta que era assim: "Quando a gente é a gente mesmo?" Para ser sincera não vou responder esta pergunta agora. Tenho uma breve ideia do que responderia, mas talvez não fosse a resposta que o meu eu verdadeiro daria. Então proponho que façamos esta reflexão de forma bem sábia e verdadeira. Amanhã, postarei a minha resposta. Se alguém que estiver lendo já pensou sobre isso, mas nunca parou para responder, talvez seja o momento. Se quiserem compartilhar vai ser muito bom.

Rute

Sempre vivi uma vida cheia de altos e baixos, com certeza mais baixos do que altos. Me casei aos 13 anos, não namorei direito, não o conheci o suficiente e fui direta para o casamento. Com o meu marido, sinto que tive que aprender bem nova a sobreviver. Ele de fato era uma boa pessoa, mas acredito que pela diferença de idade, já que na época ele tinha seus 28 anos, era um pouco intolerante.
Eu ainda me sentia uma criança, apesar da minha mãe desde cedo ter me preparado para o matrimônio, mas nunca é dá forma que você acha. Com menos de um mês engravidei e por aí foram longos anos de maternidade, até que sucessivamente tive 14 filhos. Aos 32 anos o meu filho mais velho já tinha 18 anos. 
Enfrentei muitos problemas: o machismo do meu marido; a quantidade de crianças para alimentar, cuidar e educar; a pobreza em que nos encontrávamos e o que mais me doía, fingir. Fingia o tempo todo. Não podia mostrar aos meus filhos nem a ninguém o que pensava, nem o que sentia. Expor minhas ideias era inadmissível. Eu basicamente tinha como função ser apenas mulher. Uma mulher que tem que zelar pelo seu lar.
Lutar contra mim mesma foi o pior de tudo. Sabia que tinha que ter feito mais. Sabia que tinha que ter me posicionado, sabia que tinha que ter enfrentado os meus medos. Apenas sabia. Mas nada o fiz. Me acomodei numa situação que não defendi os meus verdadeiros princípios. Minha vida escapava pelos meus dedos e eu não me encontrava.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Hermafrodita ou intersex

Ser hermafrodita não é doença, nem mesmo aberração da natureza. Ser hermafrodita é um distúrbio raro onde o indivíduo nasce com dois órgãos genitais (masculino e feminino) ao mesmo tempo, embora apenas um órgão desenvolve normalmente.
Na minha concepção o que faltou talvez na vida da Aline Lúcia foi o médico logo após o seu nascimento poderia ter explicado melhor aos pais como lidar com esse fato. Um encaminhamento psicológico tanto para a família quanto para a Aline de acordo com o seu crescimento teria sido uma boa solução.
Outro, mais simples, seria desenvolver o amor. Se os pais tivessem olhado para ela e visto que ela sempre foi um ser indefeso, carente, de bom coração e que precisava de algo básico para sua vida ter sido mais leve, essa situação teria sido mais fácil de carregar.
"O amor, principalmente, materno não deveria contemplar o impossível."

Aline Lúcia

São tantas coisas que aconteceram comigo nos últimos anos que se torna difícil de comentar, porém vou no ponto que mais me machucou. As pessoas sempre me acharam diferente, nasci hermafrodita e meus pais nunca aceitaram a minha condição.
Quando nasci a minha avó disse que meus pais tentaram me matar, pois me achavam uma aberração. Com a tentativa fracassada, resolveram me criar. Nunca tive ninguém que me amasse de verdade. Era isolada de todo contato social. Nunca comemoraram meu aniversário e sempre fui criticada pela minha aparência. Nunca ganhava presentes e me vestia sempre com os restos dos outros. Na hora da comida, só podia me alimentar depois que todos comessem e isso se sobrasse. Era basicamente o resto dos restos.
Sempre achei a vida injusta. Até hoje me pergunto por que nasci. Viver sem amigos, sem ter com quem chorar e sem ninguém para te orientar era muito ruim. Um dia, adoeci. Ouvi da minha mãe que Deus tinha escutado as preces dela. Não sei o que foi pior. Não sabia o qual me doía mais. O desprezo dos que faziam parte da minha família ou a doença propriamente dita.

domingo, 3 de maio de 2015

Suicídio

Ontem assisti a uma palestra que explanava sobre o suicídio e os dados me preocuparam bastante, por isso vou expor essa situação aqui. Hoje as estatísticas comprovam que mais de um milhão de pessoas cometem suicídios todos os anos. Isso quer dizer que uma pessoa a cada 40 segundos atentam contra sua própria vida. O que nos faz pensar que enquanto escrevo este post aproximadamente 6 pessoas cometeram suicídio. Os jovens e adultos na faixa etária de 15 a 44 anos, colocam o suicídio como a quarta causa de morte no mundo. Essa informação é bem alarmante e precisamos pensar no assunto. Se pudêssemos nos unir, deveríamos fazer campanhas de conscientização. 
Durkheim define o suicídio como todas as causas de morte causadas por uma ação da própria vítima. Isso quer dizer que estes dados são referentes aos suicidas declarados, quantos que cometem suicídio e que faz parecer com uma morte trágica? Quantos vão acabando com sua própria vida ao longo dos anos? Quantos tentam, mas por ações de terceiros não conseguem? Essas pessoas não constam na estatística. Isso é muito grave. E o pior é que não vemos nada que esteja sendo feito para mudar esta situação.
No dia 10 de setembro é o dia mundial de prevenção do suicídio. Vou pensar em alguma ação que podemos fazer juntos para que o governo possa agir e vir com alguma ação benéfica para mudar estes dados. Se alguém que ler tiver alguma ideia e quiser compartilhar, estou recebendo toda ajuda.

Pensando...repensando e....

As vezes fico preocupada em escrever este blog porque não sei como está sendo o feedback para quem lê. Me preocupo bastante com a mensagem que pretendo passar com estes relatos e também sofro em imaginar o que cada uma destas mulheres passaram antes de narrar suas histórias.
Ao mesmo tempo considero importante compartilhar para que não passemos pelos mesmos problemas. De qualquer forma vou tentar também passar um pouco mais de informação para os que estão acompanhando o blog.