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domingo, 26 de julho de 2015

Glee

Glee representa bem a proposta de uma educação em que as diferenças são desmascaradas. Alunos excluídos protagonizam papéis que representam a educação atual. Com personagens:
brancos # negros, 
americanos # latinos# asiáticos, 
magros # gordos, 
católicos # judeus, 
heterossexuais # homossexuais # transexuais, 
pessoas que gozam de boa saúde # cadeirantes # portadores de síndrome de down.
Não estou aqui para dizer se a série é boa ou não e nem discutir o objetivo dos autores para construir esta série, o que me importa é que esta discussão de diversidade está sendo tratada e querendo ou não mostra a realidade de muitos que passam por este processo no âmbito educacional, a necessidade de se engajar num meio social e de se (re)construir como pessoa.

Diversidade

Em 2003 o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos afirmou que: “ educar em direitos humanos é fomentar processos de educação formal e não-formal, de modo a contribuir para a construção da cidadania, o conhecimento dos direitos fundamentais, o respeito à pluralidade e à diversidade sexual, étnica, racial, cultural, de gênero e de crenças religiosas.” (BRASIL, p.7)
Nesta última semana pude vivenciar um momento histórico para o processo educacional. Em dois dias aconteceram debates com professores e alunos sobre a diversidade sexual numa escola pública onde a proposta deste trabalho era de poder romper o silêncio, construir diálogos, valorizar as orientações sexuais e as identidades de gênero na escola objetivando uma maior equidade entre as pessoas.
Este é apenas um pequeno passo num processo que tende a ser longo, porém é importante dar continuidade a programas de formação em sexualidade e diversidade, assegurando que a escola seja um espaço seguro e livre, garantindo a inclusão e a qualidade de vida a todos(as) que o compõem.

Quer se trate de uma opção de vida ou de apenas um desejo em se tornar LGBTs, a homossexualidade deve ser legitimada. Devemos dar um basta a tanto preconceito. Querendo ou não, a realidade está mudando. Novos conceitos de família estão sendo incorporados a uma nova estrutura social. Você não precisa apoiar a causa, mas respeitar já é um bom início.

domingo, 19 de julho de 2015

Aprendi

Resultado de imagem para sempre existe uma saida

Eu aprendi que tudo na vida são feitas de escolhas,
para cada escolha um recomeço,
para cada recomeço novas regras,
para cada regra um novo caminho,
para cada novo caminho uma nova vida,
para cada vida que se inicia novas escolhas...

Espero que façam as escolhas certas, porque tudo nessa vida tem o seu preço. Não queira arcar com algo tão alto.

Valéria

Sempre me considerei uma pessoa correta. Nunca tive medo de nada, nem de ninguém. Resolvi investir em mim para ter uma oportunidade no trabalho. Não foi a das mais honestas, mas que culpa tenho eu? Bobo quem acha que nada nessa vida tem consequências. Inclusive eu.
O que aconteceu é que meu chefe quis se envolver comigo, achei ótimo. Não porque gostasse dele, mas porque eu sabia onde queria chegar. O problema é que as coisas saíram do controle. Num momento, consegui o que queria, no momento seguinte havia perdido tudo.
Não aceitei perder sozinha, afinal não fui eu quem havia começado tudo. A situação é que depois de fazer o Anestor perder o emprego também, ele não aguentou a pressão e cometeu um grande erro. Depois de dois meses descobri que estava grávida, não sabia o que fazer. Sem emprego, economias acabando e uma criança a caminho comecei a ficar sem opção. Voltei para a casa do meu pai. Sofri muito.
Acredito que tudo que eu fiz para ele, nesse exato momento ele me devolveu em dobro. Só que de forma negativa. Depois que Bruna nasceu, ele me expulsou de casa, não me deixou ficar com a minha filha. Comecei a enlouquecer com a ideia de perdê-la. Num ato de desespero, sabia que precisava de dinheiro rápido. Comecei a roubar. Para o momento era minha única opção. Só não esperava que o dono da loja estivesse armado. Tudo se passou muito rápido: tiroteio, correrias, sangues derramados, sirene.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Intuição

Intuição é uma forma de conhecimento que está dentro de todos nós, embora nem todas as pessoas saibam utilizá-la, de acordo com a psicóloga Virginia Marchini, fundadora do Centro de Desenvolvimento do Potencial Intuitivo, de São Paulo. Etimologicamente, explica Virginia, a palavra intuição vem do latim intueri, que significa considerar, ver interiormente ou contemplar. O matemático e filósofo Blaise Pascal referia-se à intuição como o produto da capacidade da mente de fazer muitas coisas ao mesmo tempo, graças às infinitas conexões inconscientes que tornam possível à mente consciente fazer escolhas. Grandes cientistas, entre eles o físico Albert Einstein, considerado o maior intuitivo da história, enfatizaram o valor do potencial intuitivo. O psiquiatra Carl Jung dizia sobre o conhecimento intuitivo: “Cada um de nós tem a sabedoria e o conhecimento que necessita em seu próprio interior”. Segundo Virginia, a mente intuitiva abre-se a respostas inovadoras e não dogmáticas, mas aprender a confiar na intuição é um grande desafio, pois o senso comum ainda considera a intuição um conhecimento de risco. “Pessoas com baixa auto-estima, por exemplo, têm mais dificuldade em acreditar na inteligência intuitiva em função de uma desconfiança em relação a tudo o que venha de seu interior”, diz Virginia. A psicóloga afirma que é possível desenvolver a intuição por meio de algumas técnicas, como o treino da habilidade no uso de imagens e símbolos, a aquisição de uma postura mais reflexiva e o desenvolvimento da autoconfiança. “Devemos confiar na intuição à medida que a autoconfiança e o autoconhecimento permitam ao indivíduo separar a intuição dos seus medos e desejos”, diz Virginia.
Matéria disponível em: http://super.abril.com.br/comportamento/o-que-e-intuicao
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Luana

Acordei com uma sensação de que algo naquele dia não terminaria de uma boa forma. Mas ter pressentimento não me faz poder ficar na cama. A vida continua e eu tinha muito o que fazer naquele dia, afinal aquele era o meu dia. O dia que ficaria noiva.
Conheci o Osmar há oito meses. Sabe aquele amor a primeira vista. Você olha, se apaixona e no momento seguinte já está dizendo eu te amo. Ele foi assim na minha vida. Um amor relâmpago. E hoje seria o dia que ele me apresentaria a sua família e me pediria em casamento. Tudo que eu sempre quis.
Não sabia muita coisa dele, mas também para que serviria saber de algo? Estava amando e isso bastava. Tudo que ele me dizia eu acreditava. Então pronto, nada melhor do que organizar os preparativos.
Resolvi ir ao mercado. Queria tudo fresco para preparar o jantar. Na realidade jantar que nada, ia comemorar "à la família": churrasco, cerveja e muito pagode. É  claro que eu pensei num arroz e numa salada para acompanhar. Não podia faltar o doce. Estava pensando num pudim: fácil, rápido e todo mundo gosta.
Ao caminhar pela rua, achei que tinha alguém me seguindo. Olhei para os lados, mas só podia ser da minha imaginação. Afinal, já tinha umas duas semanas que eu estava cismada com isso, mas depois passava. Acho que esse sentimento está virando rotina.
Encontrei uma colega que não a via há algum tempo. Ela estava no bairro indo visitar a sua mãe. Fiquei feliz em vê-la. Ela sabia do meu noivado. Fomos conversando e colocando o papo em dia. Ao chegar no mercado ela quis saber se eu precisava de ajuda. Disse que não. Ela então foi embora.
Demorei um pouco com as compras. Indo embora, o pressentimento voltou. Olhei para os lados novamente e nada. Apressei os passos. Ao chegar em casa, meu coração acelerou. Uma moto vinha em minha direção. Alguns tiros. A sacola caiu no chão. Estava assustada com o que acontecera.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Estranho é ser estranho

É estranho uma pessoa escrever sobre violência e não se acostumar a ela,
é estranho você sair da sua casa para ir trabalhar e ver seus colegas sofrerem agressões verbais e morais,
é estranho você ir a um estabelecimento comercial e ver que aquela pessoa que está te atendendo acabou de passar por um tipo de constrangimento com o seu superior,
é estranho você ter amigos que narram histórias nas quais está implícito que elas sofrem ou já sofreram diversos tipos de violência,
é estranho você ligar a TV e ouvir os noticiários falando de roubos, corrupção, assassinatos e por aí vai,
é estranho você ver que as Instituições estão falidas e que a violência está prevalecendo no meio familiar, educacional, religioso,
é estranho você enxergar que tantas coisas estão acontecendo e nada é feito,
é estranho você observar que as pessoas se tornaram submissas de algo tão ruim,
é estranho perceber que as coisas são estranhas e o mais estranho é pensar por apenas um segundo que nada vai mudar,
é estranho não ver as pessoas debatendo o fato de serem violentadas, aqui eu não falo da violência física, mas de todos os tipos de violência,
por mais que eu ache tudo estranho, fico pensando se faz sentido eu ter um blog sobre violência, no qual as vítimas não fazem nada para mudar essa situação.
Eu não sei se não fazem, não querem ou não podem. Perco horas pensando o que posso fazer para ajudar, mas ao mesmo tempo me pergunto se as pessoas querem ajuda.
É um conflito meu comigo mesma, talvez apenas um momento de desabafo. Enquanto isso, sigamos a nossa caminhada, num mundo imperfeito com tantas estranhezas e infelizmente com tantas violências...

sábado, 11 de julho de 2015

Desmistificando o bullying

Há quanto tempo estamos ouvindo falar do bullying. Tudo é bullying. Termos como: "estou sendo bullynada", "sofro bullying o tempo todo",...é bem constante, principalmente vindo de adolescentes. Fiquei imaginando agora se todos os tipos de violência que sofremos se tornou bullying, mas a resposta é não. 
Querendo saber mais sobre o assunto, andei fazendo umas pesquisas, até porque é bom delinearmos o certo do errado. Então de acordo com Telma Vinha (doutora em Psicologia Educacional) numa entrevista para http://revistaescola.abril.com.br/formacao/escola-o-que-nao-e-bullying-610441.shtml ela define que uma agressão para ser dada como bullying deve apresentar as seguintes características:
1.a intenção do autor em ferir o alvo,
2. a repetição da agressão, 
3. a presença de um público espectador e 
4. a concordância do alvo com relação à ofensa.
De qualquer forma se você for agredido, verbalmente ou fisicamente, você está sofrendo um tipo de violência e isso não deve ser permitido. Converse com um responsável ou busque ajuda, não passe por esse problema sozinho.
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quinta-feira, 9 de julho de 2015

O que fazer?

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Quem somos nós para julgarmos o próximo não é mesmo? De certa forma eu sempre acredito que a vida nos proporciona opções, cabe a nós distinguirmos o que é melhor para a nossa vida. 
De certa forma não podemos fechar os olhos para a nossa realidade. Crise, desemprego, miséria são sinônimos de busca de alternativas e aí os índices de prostituição, consumo de álcool e drogas só tendem a aumentar.
O que podemos fazer para mudar esta realidade???

Melissa

Cada dia que acordava sempre sentia uma vontade imensa de continuar dormindo. Acordar para mim era sinônimo de tristeza, dor e de mais um dia de muita luta.
Perdi os meus pais quando era muito jovem, não quis morar em lares adotivos e me acostumei vivendo nas ruas. Um dia na casa de um parente, outro dia na casa de um conhecido e depois de algum tempo você percebe que não tem mais para onde ir e acaba criando o seu próprio lar da forma que te convém. 
Assim, caí nas drogas desde cedo. Comecei a beber e a me prostituir. Meu corpo, em minha mente, era a minha salvação. Vivi uma vida desregrada mas foi assim que sobrevivi por algum tempo.
Drogada, alcoolizada e prostituída meu resultado já era esperado. Com 23 anos, adoeci. Com pouco tempo definhei. Não tinha ninguém por mim. Era eu comigo mesma. Se tomei juízo? Infelizmente não. O vício era maior do que eu. Já fazia parte de mim. 

quarta-feira, 8 de julho de 2015

O que é pior: viver com medo ou ter medo de viver?

Quando criança tinha medo de cachorro. Aparecia um cachorro a quilômetros de distância e eu já gritava, subia em cima do que estivesse na minha frente e por aí ia. Era uma situação difícil porque a maioria das pessoas não entendiam o meu medo. Tenho certeza que me criticavam, me consideravam fresca e outras coisas mais, porém ninguém nunca parou para entender o que eu sentia.
O que descobri é que o pior sentimento que podemos ter é o medo. Ele nos faz criar situações que nos apavora. O medo é escuro, horripilante e te deixa insegura. 
Acredito, que a Maria Carlota tinha medo de viver. Talvez por suas inseguranças, talvez por ter virado um hábito, talvez por não querer sofrer. Com tantos "talvez" que ela colocou a frente de sua vida, ela perdeu a chance de conhecer novos lugares, apaixonar-se, constituir família, conquistar novos empregos, fazer novos amigos, aproveitar as oportunidades e o que a vida tem de bom.
Quando Maria Carlota fechou a porta de sua casa para que as pessoas não entrassem, ela com certeza estava passando uma mensagem de que ela era uma pessoa insegura, sozinha e que precisava de alguém que a entendesse, que lhe desse atenção. Mas infelizmente, não foi o que lhe aconteceu.
Minha dica para quem está passando por essa situação ou por uma situação semelhante: não deixe que o medo te impeça de tentar. Viva a vida da melhor maneira.

Maria Carlota

Eu passei um bom tempo da minha vida sentindo pena de mim. Sempre me considerei aquela criança que era sempre a excluída, depois aquela adolescente que ninguém queria por perto e com esse sentimento me tornei uma mulher amarga.
A minha estória é tão chata e repetitiva que não dá vontade nem de contar. Basicamente quando nova, ajudei a minha mãe a cuidar da casa e dos meus irmãos. Um pouco mais tarde larguei de vez os estudos e comecei a trabalhar para ajudar em casa. Ao me tornar mais adulta minha vida se resumia a bebida, cigarros, trabalho e casa.
Morava com os meus pais. Nesta etapa, meus irmãos se casaram e cada um tomou um rumo na vida. Não tive essa oportunidade. Não conheci ninguém, não amei ninguém e nunca cheguei a viver em grupo. Festas, saídas depois do trabalho, viagens, nada disso era para mim.
Por algum motivo me fechei. Com a morte dos meus pais, com a minha aposentadoria, não precisava de mais nada. Acordava, dormia e quando me lembrava comia. Não atendia nenhuma ligação, não ia mais a lugar algum. Quando alguém chegava na porta da minha casa, fingia que não estava, até que eles desistiam e iam embora.
Eu sempre fui chamada para as festas de família. O que meus irmãos podiam pensar quando me convidavam? Com certeza devia ser algo do tipo: deixa eu chamar aquela solteirona que não tem para onde ir. Esfregar a felicidade deles na minha cara, eu não precisava disso.
Fiz a minha vida como pude. Assistia uma novelinha, ouvia as notícias da cidade pela rádio, tomava “umazinha” depois do almoço e pronto. Essa era a minha vida perfeita. A vida que escolhi. A vida que me dei a opção de viver. E cabia nessa minha vida aguardar o dia que não precisaria mais me levantar.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Voltando...

Oi pessoal!!! Sei que dei uma sumidinha por aqui, mas apesar de não estar escrevendo no blog, continuo com as minhas pesquisas sobre violência. O que tenho observado é que a maioria dos jovens sofrem violência constantemente e não sabem que estão sendo violentados.
Acredito que a maioria das vezes,  ligamos a violência a agressão física ou sexual, mas são tantas as formas de sermos violentadas e é esse o objetivo do blog, poder falar, mostrar e tentar ajudar aos que estão passando por este tipo de problema.
Neste período que me ausentei, apliquei uma pesquisa sobre violência escolar numa Escola Pública Estadual com jovens entre 14 a 17 anos e sem que eles percebam todos os entrevistados já sofreram ou ainda sofre algum tipo de violência. É uma situação problemática. O que pude observar é que eles se sentem sozinhos, não tem com quem se expressarem e de certa forma a violência já se tornou tão banalizada que parece como algo que é comum.
Precisamos reverter esta situação. Temos que mobilizar as pessoas para que lutem contra a violência enquanto não somos vencidos por ela.