Páginas

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Para REFLETIR

Resultado de imagem para talvez

Rita

Existiu um dia em minha vida onde a felicidade se fez presente e acreditei que seria um momento para toda a minha vida. Quanta ilusão! É tendência uma adolescente se apaixonar e acreditar nas mentiras que lhe são contadas? Acreditar no seu príncipe? Acreditar nos votos de amor eterno? Se é, sou mais um número, porque acreditei piamente na minha felicidade.
Acreditei amar e ser amada, acreditei que viveríamos assim, eternos namorados.
No momento do sim, a minha vida mudou. Rodolfo deixou de ser a pessoa que conheci. Ele me deixava em casa, sozinha, esperando por ele. Houve dias que ele não aparecia. Houve dias que ele chegava alterado. Ele me dizia que era o trabalho e eu acreditava. Fazia de tudo para ele estar bem, se sentir bem e não se alterar quando estava comigo. 
Havia momentos que ele me batia. Eu chorava durante horas. Ele me pedia perdão, dizia que aquilo não iria mais acontecer e terminávamos a nossa noite abraçados como dois pombinhos apaixonados. Por muito tempo fiquei sem sair de casa. Primeiro porque não queria que as pessoas me vissem naquelas condições. Depois porque ele dizia que o bairro estava ficando cada dia mais perigoso. Com o tempo, não acreditando mais em suas desculpas, saí. Quando voltei, apanhei. Foi uma surra extremamente violenta. Ameacei sair de casa e não voltar mais. Neste instante, ele se transformou. Deste dia em diante me tornei uma prisioneira dentro da minha própria casa. Ele me levou para o quarto e me trancafiou. Não sei quanto tempo se passou. Com o passar do tempo, comecei a ouvir vozes. Um certo dia, a descoberta. Ele arrumara outra mulher e colocara no meu lugar. Não sei dizer o sentimento que tive, se era de ódio ou de alívio. Talvez, ele me soltaria. Talvez ,ele desistiria do mal que me fazia. Talvez...

domingo, 25 de outubro de 2015

Chocada! MasterChef Júnior

A minha relação com o twitter durou aproximadamente 20 horas, nada mais do que isso. Nesta quarta-feira pensei em criar um perfil no twitter para ver como funciona, (até então não tinha tido curiosidade) acreditando ser uma forma a mais de falar sobre a violência e atingir um público maior, porém, quando entrei e comecei a ver como funciona, fiquei chocada, não por ser um aplicativo ruim, mas pela forma que seus usuários a utilizam. Me pareceu que as pessoas mostram quem elas realmente são, só que de uma forma agressiva e bastante desumana. O palavreado é muito pesado e os ataques ao próximo são constantes. Pensei como faria para ir adiante, mas me deparei com uma situação bem desagradável. 
Nesta semana foi ao ar o MasterChef Júnior aqui no Brasil pela rede Bandeirantes. Assisti ao programa e me encantei com o talento das crianças. Porém duas situações ocorreram após a exibição:
O primeiro se refere a adolescente de 12 anos, Valentina. A quantidade de postagens de homens que se referiam a menina com cunho sexual foram imensos (dando margem a pedofilia). Não vou reproduzir os comentários porque não é a minha intenção.
O segundo se refere a um menino chamado Hytalo de 11 anos que sofreu comentários sobre sua sexualidade, já que muitos o apontaram como homossexual. Neste ponto, o menino me pareceu tão criança ainda, que realmente acredito que ele não faz ideia da escolha (futura) da sua sexualidade. O que gostaria de deixar claro, que quando isso vier a acontecer diz respeito a ele. Não sendo suficiente toda agressão verbal em relação ao menino, ainda teve quem atacasse a mãe da criança como culpada pela escolha sexual do filho.
No dia que li, fiquei tão revoltada com o que lia que decidi não postar nada a respeito. Mark Twain dizia que: "nunca discuta com um ignorante, ele te rebaixará até o nível dele e te vencerá por experiência." Nesse caso preferi me excluir do twitter e decidi aguardar um tempo para escrever de forma mais racional. Porque no momento da raiva, podemos correr o risco de dizer coisas que não devemos e aí eu estaria me igualando a estes "ignorantes" tão imaturos que postaram tantas besteiras dos quais eles tem total ciência do crime que estão cometendo. Um programa de entretenimento familiar que vira caso de polícia. #indignadacomasituação#


quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Sempre há uma história

Resultado de imagem para julgar
Hoje foi um dia relativamente "pesado". A cada dia me dou conta de que as pessoas que me cercam estão passando por sérios problemas e problemas que envolvem todo tipo de violência. Os relatos que ouvi hoje são muito sérios e não são de adultos, mas de adolescentes.
As vezes você vê um jovem com um tipo de comportamento e tende a julgá-lo, mas quando pára para escutar o que ele tem a dizer e o que ele está passando, é assustador.
Fico imaginando como que a família não percebe o que se passa. Penso se ela não percebe ou prefere não perceber porque é mais fácil fingir que tudo está bem, afinal dá menos trabalho. (In) felizmente, cada ser humano tem uma história para contar e não é nenhum conto de fadas, daquelas que  crescemos acreditando. 
A situação é séria. Não há profissionais capacitados para auxiliar neste processo, eles não tem a quem recorrer, perdem a confiança no mundo e é aí que o estrago se faz. E o pior é que pode ser permanente.


Quero brilho

Resultado de imagem para nossas escolhas

É fato: somos o resultado das nossas próprias escolhas. Não tem jeito. Dessa forma, opto pelo que é melhor para mim.

Leny

Eu não consigo entender como permitimos que as coisas aconteçam na vida da gente para nos fazer sofrer. Quando me mudei há alguns anos perdi boa parte dos contatos que eu tinha. É claro que você tenta continuar da forma que era, mas com o passar dos anos, não tem jeito; nesse ponto a distância torna-se crucial na nossa vida.
O que acontece é que tive uma amizade quando jovem. Essa pessoa foi minha vizinha por muito tempo. Há alguns dias, ela entrou em contato pelo face. Pensei que algo poderia ter acontecido e realmente aconteceu.
Vou chamá-la aqui de Leny para preservar a sua identidade, já que ela não sabe que estou publicando a sua estória. Ela conheceu o seu marido pela internet. Em menos de dois meses casaram, fui madrinha do casamento. Esta união já perdura uns 15 anos.
Recentemente ela conta que ele chegou em casa, fez planos de vida com ela, disse o quanto a amava e depois de uma noite de amor, foram dormir. No meio da madrugada, ele levanta, pega suas malas, diz que precisa seguir sua vida e vai embora.
Leny chocada com a situação e sem esperar por isso, sofre bastante, mas quer saber o que aconteceu. Ela descobre que ele alugou a casa do chefe para morar, que conheceu uma outra mulher pela internet e que se apaixonaram. Esta mulher também casada e mãe de três filhos, foge de casa com as crianças e vai morar com ele.
Entre choro, raiva, falta de ação, desespero ela não consegue lidar com a situação. Seu filho revolta com o pai. Sua filha adoece com a ausência do pai e ela no meio disso tudo vira a conselheira sentimental do marido. Com tanto sofrimento, ela chega a querer pôr fim a sua própria vida.
Neste instante, começo a mostrar para ela a força que ela tem, a pessoa de garra que ela sempre foi. Mostro que é um momento ruim, mas que tudo passa. Digo a ela para deixar ele seguir com a vida dele e que ela possa tentar seguir com a vida dela. Ensino a planejar seu futuro, a aprender a lidar com as finanças e uma maneira de ganhar dinheiro para a subsistência de sua família. Mostro que ela precisa focar no que é importante para ela agora: seus filhos.
Depois de uns três dias sem nos falarmos, ligo para ela para saber o que aconteceu. Ela estava feliz que o marido estava voltando para casa. Ele não estava voltando para ela, mas para dar apoio a criação dos filhos.
Não sei o que vai ser, nem o que vai acontecer. Espero de coração que ela seja feliz. Espero que ela perceba ser melhor do que ela pensa que é. Desejo que ela tenha feito as escolhas corretas, afinal, a vida sempre consiste no rumo que queremos dar as nossas vidas. 

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Propaganda Black Point

Eu li no facebook, que está havendo um movimento com o nome Propaganda Black Point ,em que as mulheres que são vítimas de abuso ou violência doméstica pintam uma bola preta no meio da palma da mão para serem identificadas, já que seu agressor está sempre por perto. Ao identificar a vítima é pedido que você entre em contato imediatamente com a delegacia fazendo a denúncia. Não fique fora desse movimento, uma simples ligação pode salvar uma vida. 
Resultado de imagem para violencia domestica

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Catfish



Há algum tempo tenho assistido este programa que passa na MTV. É um programa que fala de relacionamentos pela internet. Na maioria das vezes, mostra casos de mulheres que sofreram numa relação e que buscou através de sites de encontros ou de amizades, um novo relacionamento. Elas se abriram a esta outra pessoa, confiaram na troca de sentimentos e acreditaram nas promessas que foram feitas. 
Na maior parte das vezes, o Nev e o Max que são os apresentadores do programa, chegam a conclusão que elas foram enganadas todo esse tempo, as vezes chega-se há anos. Muitos criam perfis falsos, colocam fotos de outras pessoas e dizem o que a pessoa (que entrou no relacionamento de forma verdadeira) quer ouvir. Fico imaginando o estrago emocional, ou melhor dizendo a violência psicológica que está por detrás deste processo, está causando ao "catfish". 
Acredito que há uma linha tênue entre o equilíbrio e o desequilíbrio, entre a confiança e a desconfiança, entre o amor e o ódio. É muito complicado mexer com o sentimento alheio. Essas estórias podem começar na brincadeira e acabar com uma morte. Acredito que o vazio que a pessoa deve sentir no momento da descoberta, não é qualquer um que consegue suportar. Isso é muito sério.
Acaba com a auto-estima de uma pessoa, gera medo e ela pode se tornar extremamente frágil diante dessa situação. 
O conselho que posso dar é que façam opção num relacionamento por pessoas que vocês conhecem, a tendência é se ferirem menos. Não saiam falando da vida pessoal de vocês para pessoas que vocês não conhecem. Estejam atentos, sempre. Ame você mesma antes de qualquer coisa.
Resultado de imagem para violencia psicologica

domingo, 18 de outubro de 2015

Perdas

Resultado de imagem para perdas da vida


Ana Carolina

Não tenho palavras para descrever sobre a perda. Passei a minha vida assim, perdendo as pessoas que amava. Depois de cair diversas vezes, aprendia a me levantar e continuar. Mas chega um ponto que vai se tornando difícil.
Lembro que perdi os meus pais quando tinha quatro anos. Eles estavam indo me buscar na casa de minha avó, quando sofreram um atentado e perderam a vida. Sentia muito a falta deles, mas devido a minha pouca idade não sabia ao certo o que estava acontecendo. Passei um bom tempo acreditando que estava de férias e que um dia eles me buscariam. Quantas vezes ao tocar a campainha saía correndo na esperança de serem eles. E assim, fui crescendo.
Aos nove anos, perdi o meu avô. Ele teve um infarto fulminante e morreu ali mesmo na sala de jantar. No momento, achei que estava brincando, mas quando vi o desespero de vovó, vi que era verdade. Foi a primeira vez que presenciei a morte assim tão de perto. Ela me assustou bastante. Depois daquele dia, acredito que vovó nunca mais foi a mesma. Creio que eu também não. 
Neste período fiz uma linda amizade com o meu vizinho que acabara de mudar para o bairro, o Eduardo. Eduardo era divertido, muito brincalhão e sincero. Encarava a vida de uma forma muito madura para sua idade (e para a minha também). Ele não ia a escola, dizia que tinha uma saúde frágil. Brincávamos juntos, conversávamos bastante e fazíamos grandes planos para a vida. Nossa amizade não durou dois anos. Num inverno, ele pegou pneumonia e devido a seus problemas de saúde, não resistiu. Acredito, que a morte dele assim tão prematura me mostrou a fragilidade da vida.
Fiquei muito mal. Não sabia o que fazer. A mãe dele gostava muito de mim e ao me ver assim tão acabada, acabou "me adotando" como filha. Juntas, tentamos suportar aquela perda. Um ano depois, as lembranças ainda eram tão fortes que D. Margarida (mãe de Eduardo) resolveu mudar dali. Não tive mais notícias.
Buscando forças, tentei me reerguer novamente. Estava ficando difícil lidar com tantas perdas. Resolvi passar um período aproveitando literalmente a minha vida. Mas no meu aniversário de 14 anos, minha avó sofreu um derrame. Essa situação a deixou encamada. Nenhum de seus filhos quiseram dar-lhe assistência e coube a mim o dever em cuidar de sua saúde. 5 anos mais tarde, depois de toda dedicação que pude dar-lhe ela morreu. Dessa vez não sofri. Nestes anos que passei ao lado dela, percebi que a doença definha a pessoa, não sei se no fim ela sabia quem eu era. Amava-a muito para ver ela sofrendo e se acabando a cada dia.
Da sua morte descobri que seus bens tinham ficado para mim, porque boa parte era herança dos meus pais. Já tinha idade para cuidar de mim mesma e do que era meu. Mas parece que a família não concordava com isso. Eles, literalmente, me esmagaram. Fizeram de tudo para me deixar sem nada. Acredito que até compraram o advogado que eu havia contratado para me defender. 
Não era a ideia de ficar sem nada que me deixara mal. O que me adoeceu foi não reconhecer mais os meus tios. Como eles mudaram. Eles não permitiram nem mesmo lidar com a minha dor. Comecei a acreditar o quanto as pessoas são desumanas. Isso foi me deixando mal. Tinha medo de tudo e de todos. Não queria ver mais ninguém. Não queria sofrer por mais ninguém. Neste momento, eu não era mais nada.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Atenção!!!

Ao escrever esta postagem, fui fazer uma pesquisa sobre dicas de segurança. É estranho não termos um projeto público voltado para esta questão. É claro que desde sempre, ouvimos conselhos ou da mãe ou de um amigo ou de alguém que nos quer bem. De certa forma sempre achamos que sabemos tudo e um pouco mais, mas cuidar melhor da nossa segurança, pode nos valer a vida.
Nesse relato específico, considero que o mais apropriado teria sido ela dizer a alguém sobre as suas suspeitas, ter ligado para a mãe ou pedido alguém do trabalho para acompanhá-la. Nestes casos, vale a pena ouvir a nossa intuição. Até gastar um dinheirinho com um transporte seria viável.
Infelizmente, temos a mania de acharmos que nada acontece conosco. E aí quando acontece, não podemos fazer mais nada. A marca é para sempre. Então minha dica é: fiquem atentos ao dia-a-dia de vocês, as pessoas que os cercam, ande sempre em grupo, estejam com um celular para casos de emergência e se cuidem. 

Aline

Depois de um dia exaustivo, só queria ir para casa descansar. Só não pensava que aquela noite me transformaria para sempre.
Desde os 16 anos trabalhava. Precisava ajudar a minha mãe que criava sozinha eu e meus três irmãos. Meu pai nem me lembro dele. Ao nascer meu irmão caçula, o Adalberto meu pai deixou a minha mãe. Foi uma época horrível. Mal tínhamos o que comer e apesar da minha mãe nunca demonstrar, eu sabia o quanto ela sofria. Quando mais nova, ela saía para trabalhar e eu cuidava dos meus irmãos. Chegou um momento que precisei ir trabalhar também, só o dinheiro dela não dava para sobreviver.
Assim, trabalhei dando algumas faxinas e aos 16 anos, consegui um emprego numa lanchonete. Já estava lá há 3 anos. Sabia como funcionava, porém não me incomodava. Havia clientes de todas as maneiras e aprendi a lidar com todos eles.
Nessa noite, era uma quinta-feira. Atendi um cliente meio estranho. Ele ficou lá por algumas horas e só havia tomado um café. Disse a ele que se não fosse consumir mais nada, que precisava ir embora, pois tínhamos que fechar. Percebi que ele não gostou. Me olhou com uma cara de ódio, como se eu estivesse atrapalhando ele em alguma coisa, mas como todos os outros que lá passaram, ignorei, afinal este era o meu trabalho.
Quando saí, já era tarde. A noite estava escura, chovia. Não havia quase ninguém na rua. Ia a pé para casa. Andava por volta de 20 a 30 minutos para chegar na minha casa. Nesta noite senti que estava sendo seguida. Tentei apressar os passos. Meu coração batia cada vez mais acelerado. Tinha medo de olhar para trás e confirmar a minha suspeita.Não sei quanto tempo se passou, acredito que uns cinco minutos. Ao virar a esquina, ninguém na rua. Neste momento ele me pegou. Agarrou os meus braços, tampou com um pano a minha boca e me levou dali. 
Meu medo era tanto que não queria nem vê-lo, mas na hora que ele me segurou, eu soube que era ele. Ele me levou a um terreno baldio e me violentou. Foi uma mistura de sentimentos: raiva, medo, incapacidade, vontade de morrer e o mais contraditório é querer lutar pela sua vida. Não consigo descrever porque me fazer lembrar deste momento gera um sentimento péssimo em mim. Lembro o tempo todo deste dia, vivencio ele o tempo todo. Me faz mal. Preciso de ajuda. Não consigo suportar mais esta dor.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Formas de violência contra a mulher

Um pouco mais de um mês para comemorar o Dia Internacional de Luta Contra a Violência da Mulher, farei algumas postagens, trazendo um pouco de teoria, para que vocês possam ficar um pouco mais por dentro do que engloba este tema. Hoje vou iniciar com as:

FORMAS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Física: ato de provocar lesões corporais possivelmente diagnosticáveis, tais como cutâneas, neurológicas, oculares e ósseas, provocadas por queimaduras, mordidas, tapas, espancamentos, ou qualquer ação que ponha em risco a integridade física da mulher.   

Sexual: corresponde a qualquer forma de atividade e prática sexual sem seu consentimento, com uso de força, qualquer forma de atividade e prática sexual sem seu consentimento, com uso de força, limite a vontade pessoal, como, por exemplo, forçar a prática de atos sexuais que lhe desagradem ou criticar seu desempenho sexual, e até obrigá-la a ter relações sexuais com outras pessoas.

Emocional ou psicológica: é evidenciada pelo prejuízo à competência  emocional da mulher, expresso através da tentativa de controlar suas ações, crenças e decisões, por meio de intimidação, manipulação, ameaças dirigidas a ela ou a seus filhos, humilhação, isolamento, rejeição, exploração e agressão verbal. 

Psicológica, o isolamento é uma de suas principais formas de manifestação.

Patrimonial, que resulta em danos, perdas, subtração ou  retenção de objetos, documentos pessoais, bens e valores da mulher. 


Para se enteirarem mais sobre estes conceitos, indico a leitura de:
AGUIAR, Cristina et al. Guia de serviços de atenção a pessoas em situação de violência. Salvador: Fórum Comunitário de Combate a Violência/Grupo de Trabalho Rede de Atenção, 2002. 
MILLER, Mary Susan. Feridas invisíveis: abuso não-físico contra mulheres. Tradução Denise Maria Bolanho. São Paulo: Summus, 1999.    

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Denuncie

Resultado de imagem para violencia contra a mulher

É bom sempre lembrar, que todo tipo de violência devemos denunciar.
Nascemos para ser amada e nos posicionar,
ninguém tem o direito de nos machucar,
por isso precisamos ser fortes e denunciar,
pois este é o primeiro passo para tentar acabar 
com a nossa fraqueza e nos apoderar.
DENUNCIE.

Luciene

Por muito tempo fui vítima de mim mesma. Vítima dos meus medos. Vítima de enxergar quem eu era. Vítima de tentar ser feliz.
Há muitos anos fiz uma escolha que acabou com a minha vida. Escolhi ser feliz ao lado de um homem que achei me amar. Ao longo dos anos, percebi que era uma mulher infeliz, rodeada de um homem que me fazia mal.
Quando tentei escapar disso tudo, ele me fez perceber que eu tinha muito a perder: os meus filhos. Infelizmente, por covardia me submeti aos longos e penosos anos ao lado dele. Fui violentada de todas as maneiras. Sofri calada todo esse tempo. Porque todas as vezes que pensava fazer algo contra ele, ele ameaçava fazer o mesmo com os nossos filhos.
Tinha tanto medo de vê-los sofrer que eu continuava vivendo a vida que ele destinou a mim. Hoje me sinto tão covarde, olho para mim e sinto nojo. Não acredito que os meus filhos são felizes. Hoje percebo que eles sofreram ao me ver passando tudo que passei. Se tivesse tido coragem...
Ah, esta realmente me faltou. Poderia ter sido auto-suficiente em dar a volta por cima, mas não dei. Optei pela submissão. Optei pelo mais simples. Optei pela covardia. As vezes penso se era uma forma de me culpar por ter ido contra todos e me casado com ele. Se eu demonstrasse que era infeliz, era como se eu passasse a informação de que todos estavam certos sobre ele, menos eu. Sofri por longos anos. Ainda sofro. Penso que o meu sofrimento não tem cura. Tenho muita raiva do que ele me fez, mas sinto uma raiva muito maior por eu não ter feito nada. Me culpo a todo instante por ter sido tão fraca. 
Hoje não tem mais volta. Infelizmente, fiz o que achava certo. Os anos passaram, tudo passou, menos o meu sofrimento que ainda está vivo dentro de mim. Que um dia eu consiga me livrar deste fardo que carrego.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Dia das Crianças

Resultado de imagem para crianças violentadas

Todos os dias deveria ser o Dia das Crianças.
Fico imaginando como seria bom uma criança nascer num lar estruturado, com uma família que a ama e crescer sabendo como se posicionar na vida como um ser individual dentro de uma coletividade.
É muito difícil ver crianças serem desrespeitadas, passando todo tipo de necessidade, se posicionando de uma forma agressiva perante a vida, sendo violentadas e assassinadas. Outras, se transformando em pequenas adultas antes da hora, para sobreviver.
No antagonismo da vida hoje vou estar de luto pelas milhões de crianças que não estão podendo aproveitar este dia que é dedicado a elas. Pelas que estão trancafiadas, pelas que estão hospitalizadas, pelas que foram abandonadas, pelas que estão na rua, pelas que foram vendidas, pelas que se marginalizaram, pelas que passam fome, pelas que prostituíram, enfim, por todas as crianças que de alguma forma não resistiram à vida e por todas aquelas que lutam para continuar a viver.
Resultado de imagem para luto

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Erros

O que são os erros?
Fico a me perguntar se temos direito de errar?
Sei que sou humana e gosto de acertar
Mas qual é o problema de tentar?
Quando tento, sei que tenho duas opções:
acertar ou errar.
Quando acerto me envaideço e sei que fiz o certo,
quando erro me entristeço mas sei que fiz o certo.
Porque aqui, não há o errado.
O importante é que tentei,
o importante é saber que errei,
mas o melhor é saber que posso recomeçar
e com o meu erro poder acertar.
Eu não tenho que me culpar.

Resultado de imagem para errar

Fernanda

Hoje pela primeira vez me sinto liberta. Passei tanto tempo da minha vida, olhando para os outros e apontando erros de cada um. E nesse ínterim nunca olhei para dentro de mim e percebi os meus erros. Posso dizer que você entra num círculo vicioso e não percebe quem você realmente é, porque você enxerga a pessoa que se tornou, culpando as pessoas que passaram pela sua vida.
Talvez eu não consiga dizer o que penso, talvez ninguém compreenda o que quero dizer. Mas hoje, hoje é um dia que me sinto feliz. Tirar toda amargura de dentro de mim, não foi fácil. E com sinceridade, acredito que fiz muitas pessoas sofrerem, mas com certeza, hoje percebo que quem mais sofreu neste processo, fui eu mesma.
Não sei se ainda cheguei no ponto de pedir perdão e achar que mereço ser perdoada. Acredito que ainda me falta uma longa caminhada, mas sei que é o início. Começo a enxergar uma luz que antes não via. Começo a me enxergar de novo. Começo a sentir necessidade de mudar. Simples assim. E é com esse sentimento que espero ter a chance do recomeço.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Morar nas ruas

Um estudo coordenado pelo doutor em Sociologia Lindomar Boneti, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), revela que são três as principais causas que levam as pessoas a morarem nas ruas: conflitos familiares, desemprego e fracasso escolar. 
São pessoas que por diversos motivos deixaram seus lares para tentar a sorte na rua e agora buscam no álcool e nas drogas uma forma de anestesiar a amargura, o frio e a falta de esperança.

Você pode ler a matéria completa  através do endereço: http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/a-dificil-decisao-de-viver-nas-ruas-2ripfb51stwieu3zsipn88lla

Vou terminar com o pensamento de Crys Rangel:
"Eu sou mulher e decidi viver de escolhas, não de chances, optei por ser motivada e não manipulada, ser útil e não usada, me sobressair, não competir. Eu escolhi amor próprio e não autopiedade. Eu escolhi ouvir minha própria voz, não a opinião dos outros. Eu descobri que ser mulher é ser livre, é ser líder, senhora do meu destino."

Cabe a cada um a escolha do seu próprio caminho.

Marluce

Eu sempre me senti assim, estranha. Existe momentos que sofro, em outros me sinto fracassada. Muitas vezes parei para pensar o que me fazia sentir assim. Não tenho respostas, talvez se tivesse tido, teria mudado ou talvez não. Na realidade nunca se sabe.
Minha vida foi sempre sombria. Parece que já nasci assim, com um ar de nostalgia misturada com sofrimento. Não me lembro de ter conhecido a minha mãe. Cresci sem que meu pai falasse dela. Na realidade ele nunca falava sobre nada comigo, ele não tinha nada a me dizer, nem carinho ele conseguia me dar. Quando tinha dois anos, ele arrumou uma mulher, o nome dela era Madalena, acredito até, que ela tentou se aproximar de mim, mas desde pequena nunca a aceitei. Transformei a vida dela num verdadeiro inferno e logo quando o meu pai morreu, ela me deu para adoção.
Aos 11 anos já tinha passado por 4 famílias. Eu não suportava ninguém e com certeza ninguém me suportava. Desprezei tudo que tentaram fazer por mim. Na última vez quando fui para um lar de adoção, fugi. Achei ser o certo a fazer, mas de acordo que os dias iam passando, fui percebendo que estava entrando num caminho sem voltas.
Quantas coisas fazemos para sobreviver? Eu não sabia até começar a fazê-lo. Fiz de tudo. Experimentei de tudo. Sofri por tudo. Talvez o meu maior sofrimento foi não saber nada a respeito de minha mãe. Muitas vezes parei para pensar como ela seria e porque ela teria me largado. O que leva uma mãe desistir de sua própria filha? Pensei muitas vezes sobre isso, até perceber que estava grávida. 
13 anos, grávida, moradora de rua e lutando pela sobrevivência. O que eu poderia fazer? Como sobreviver desta forma com uma criança? Meus pensamentos fervilhavam em minha mente. Não encontrava soluções. Sentia pena de mim a todo instante. Até que num certo momento, percebi que tudo mudara.