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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Impunidade

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#emfavordobem#emfavordajustiça#

A psicóloga

Sábado me aconteceu algo diferente. Estava num local e fui até o banheiro lavar as mãos. Encontrei uma mulher que me perguntou se eu tinha algo para prender o cabelo, devido o calor que estava sentindo. Eu disse que não. Pensei que a conversa terminaria aí, mas foi o início para tudo que ela queria dizer.
Ela estava bastante frustrada. Era psicóloga, não estava exercendo a profissão. Saiu de um casamento de anos, onde deve 3 filhos. O mais velho, ela estava chateada porque conheceu uma menina e foi morar com ela. Ele não atendia mais as suas ligações e quando atendia nem a chamava mais de mãe. A segunda eu não me lembro bem, e o caçula era o apoio dela e a força que ela tinha para não desanimar de viver.
O que ela conta, é que há aproximadamente um ano, ela quis separar do marido, ela não me contou ao certo o motivo que levou a separação, mas ele não aceitou o pedido de divórcio e tentou matá-la. Ela sofreu um acidente de carro e ele a esfaqueou em todo o seu corpo. Ela não sabe como sobreviveu. Depois de muitas cirurgias e de tê-la afetado emocionalmente, ela perdeu tudo e ele foi preso por apenas 30 dias. Hoje ela vive de doações, não tem emprego, está bastante amargurada, não consegue enxergar justiça e ele a sonda de vez em quando como se quisesse deixá-la vulnerável. Ela ainda se sente ameaçada por ele. Está em tratamento para ver se consegue seguir a sua vida adiante.
Ela me mostrou as marcas das cicatrizes, mas percebi que o que mais doía era a marca que ficou dentro dela: a da violência sofrida e a da impunidade do seu ex-marido.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Solidão


"Sentir solidão não é estar só, é estar vazio" (Sêneca)

Valéria

Sempre fui uma pessoa esquisita. Não por ter traços de esquisitices, mas meu espírito sempre se sentiu assim, como uma estranha no ninho. Sempre me senti isolada, não tinha amigos, gostava do que as pessoas não gostavam e amava ficar trancada no quarto com meus pensamentos.
Meus pensamentos não eram ruins, eram bons. Neles, eu podia vivenciar uma vida que não tinha. Nesse meu mundo eu era animada, feliz, tinha vários amigos, era determinada e não tinha medo de nada. Só que quando dali eu saía, me deparava com uma outra realidade.
Nunca fui uma pessoa aberta, ouvia o que as pessoas me diziam, respeitava a opinião delas, mas não conseguia falar sobre mim. Mas o que falaria? Eu não vivia, eu só sentia. Se eu fosse falar de sentimentos, todos me achariam uma louca.
Aos 16 anos, perdi o meu pai. Aos 18 meu irmão se casou e foi morar numa outra cidade. Na solidão daquela casa, vivíamos eu e a minha mãe. Com meus 22 anos, minha mãe adoeceu, caiu de cama e não se restabeleceu. Vivi por 4 anos cuidando dela. Não arrependo deste momento, sabia que era a minha obrigação. Mas com ela doente, me fechei mais ainda. Antes de completar meus 26 anos, eu a perdi. No fundo não senti muito, pois via o sofrimento dela aumentando cada dia. Sabia que existia amor entre nós, mas nunca demonstramos nossos sentimentos. Éramos uma família fria, mas de bom coração.
Com a morte da minha mãe, me senti perdida. Não sabia que rumo tomar. Não sabia sair da concha que havia criado em todos estes anos. A solidão, como te faz mal. Sempre considerei ser feliz em estar sozinha, mas quando a solidão não é opcional acaba te destruindo.
Na realidade, assim foi a minha vida. Não saía, não tinha amigos, era ajudada por familiares que se preocupavam comigo. Aos poucos fui perdendo contato com eles. Vivia no meu mundo. Tinha medo de sair e de encarar a vida como precisava. Um dia me passou pela cabeça o quanto fui covarde, de não ter aproveitado a vida e arriscado, porém acredito que a minha decisão também foi um ato de coragem. Não é qualquer pessoa que opta por viver no seu próprio mundo.
Não sei responder se foi por preguiça, por vontade, por falta de coragem ou por comodismo. Mas minha vida foi assim. Muitos podem pensar: que vida vazia. Não importa. Também sempre achei a vida de muitos assim: vazia. Então não me importa o que pensam de mim, nem sei se alguém pensa sobre mim. Mas eu penso muito. Ainda vivo um mundo de sonhos e tenho a esperança de um dia conseguir me despertar para a nova realidade, o novo rumo que a minha vida tomou e que eu não quis perceber.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Consumo de entorpecentes no Brasil e no Mundo


http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/alcool-e-a-droga-que-mais-mata-7yc7bbkxahmpcpte4r3oeyvri

Editora Globo
http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI299812-17933,00-RANKING+DE+CONSUMO+DE+ALCOOL+NO+PLANETA.html

Paula Viana

Eu sempre pensei na vida, como um modo de me divertir a todo momento. Realmente, assim o fiz. Nunca pensei nas consequências dos meus atos, mesmo por que para mim viver não implicava em ter consequências.
Hoje, penso em tudo que passou e percebo que eu não vivi, eu fui completamente um ser inconsequente. Fiz tudo que a maioria dos jovens, infelizmente fazem. É claro, que antes eu não via assim, mas não imaginava que os meus atos trariam consequências.
Bebi, fumei, usei drogas, abortei, tive vários relacionamentos, cheguei a prostituir, tive filho, doei e assim fui vivendo. Sem medo, sem arrependimentos, só curtia. Afinal do que vale a vida se não curtir?
E assim o fiz, por longos e longos anos. Fingia que estudava, quase não parava em emprego e passei a roubar para viver. Ou sobreviver? Sempre me achei certa. Sempre achei que as pessoas eram quadradas e que não me entendiam. Até que rompi com os que diziam ser meus amigos e é claro com os meus familiares.
Chegou um momento que adoeci. Todos estes erros, ao longo dos anos me trouxe graves consequências na saúde. Eu não tinha a quem recorrer porque nem sabia o nome completo dos meus familiares. Meus documentos??? Ah, estes se perderam com tudo que perdi na vida. Quase não sabia nem o meu próprio nome.
É nesse momento, que você pára e tem a oportunidade de querer se transformar. Você sente os erros que cometeu e pede para ter uma chance de fazer diferente. Muitos não conseguem ter esta nova chance, outros conseguem mas não levam adiante, se perdem novamente. Outros se sentem corroídos, porque percebe que o conceito de vida foi construído de uma maneira errônea. E outros...há estes nunca se dão conta.
Minha vida basicamente terminou ou recomeçou aos 19 anos. Quando cheguei ao hospital, não me reconhecia, a doença me consumia. Demorou muito para aceitar a minha nova realidade.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Sendo "eu"

A vida é tão cheia de altos e baixos, que fica tão difícil você se manter tranquila, confiante e acreditando que coisas melhores virão. No fundo, nós sabemos que virão, mas sabemos também que a vida não consiste somente no ganha-ganha. As vezes perdemos, as vezes desistimos, as vezes cremos, as vezes seguimos. A vida é inconsistente e nos prega peças a todo momento. Mas fazer o que? Dizem que fazemos nossas próprias escolhas, eu acredito que até um determinado momento elas realmente são nossas, mas quando não é para ser, não adianta insistir por que acaba sendo uma grande perda de tempo.
Eu já passei por muitas coisas, mas a incerteza, nossa....essa corrói até a sua alma. Por que você não consegue se sentir em paz. As dúvidas te consomem tanto, que na maioria das vezes, ela te prende e não permite a sua ação. Você se torna seu próprio prisioneiro.
Meu pai sempre disse que para ter uma vida saudável corpo e mente têm que caminhar juntos. No fundo, eu sei que ele está certo. Um precisa do outro, para que você se sinta revigorada, energizada e seguindo em frente. Mas colocar esta frase em prática diariamente é muito difícil.
Hoje estou assim, inconsistente, mas amanhã é um novo dia. E é isso que é a vantagem da vida. Sempre temos um novo dia, um novo recomeço, para termos a oportunidade de agirmos diferentes, de sermos diferentes, de buscarmos por coisas diferentes e um dia talvez se encontrar com o seu verdadeiro eu.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Reflexão

" Se vale a pena viver e se a morte faz parte da vida,
então, morrer também vale a pena" (Kant)

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No fim das contas, ninguém nunca está preparado para as perdas,
principalmente, quando envolve a quem amamos. Esse sentimento destrói.
Mas, faz parte seguir adiante. Afinal, a vida é sempre um recomeço.

Carmem

Amanheci. Adorava acordar cedo e ver o sol se pôr. Neste dia, foi diferente. O silêncio da casa me perturbava. Uma sensação de que algo não estava bem. Não sabia o que era, mas resolvi não dar asas a minha imaginação, continuei com o que era de costume.
Saí, fui fazer a minha caminhada matinal. Adorava saber que estava ali e que muitos ainda dormiam. Quando voltei para casa, o silêncio continuava. Comecei a achar que algo errado acontecia. Afinal, nesse momento todos já deveriam estar acordados. Minha mãe fazendo o café, as crianças correndo pela casa, uma algazarra que não acabava mais, até a hora do ônibus buzinas e eles irem para a escola. 
Ouvi o ônibus chegando, a buzina disparara, como não houve retorno, ele acelerara, com certeza estava indo buscar a próxima criança. Meu coração disparara. Não conseguia me movimentar, sabia que algo de errado estava acontecendo. Minhas forças haviam chegado ao fim.
Com muito custo, fui ao quarto dos meninos, neste dia, eu tinha um casal. Lucas com 8 anos e Mariângela com quase 6. Sei que deveria falar que ela tinha 5, mas como ela mesmo dizia: meu aniversário já está chegando mamãe, estou com quase 6 anos. Dito isso, ao abrir, nada. Eles não estavam lá. Nem pareciam que dormiram lá. A cama estava arrumada, tudo estava no seu devido lugar. Fui verificar a janela, trancada. Onde estas crianças poderiam estar? 
Bem, algumas vezes, quando isso acontecia, eu acabava os encontrando no quarto de minha mãe. Resolvi então ir até lá. Sabia que mesmo eles tendo dormindo lá, não justificava estarem dormindo até agora. Minha mãe sempre foi de acordar cedo. Quando abri a porta do quarto, nada. Ela também não se encontrava lá. O quarto também permanecia do mesmo jeito.
Comecei a ponderar o que poderia ter acontecido. Onde eles estavam? Será que algo acontecera? Será que a minha mãe os levara a escola? Não. Ela nunca saía com eles para levá-los a escola. Neste dia não podia ser diferente. A minha caminhada fora rápida, não havia como eu não ter encontrado com eles.
Fui até o meu quarto. Ali era o último lugar que poderia ir na casa. Ao abrir a porta, os três estavam deitados na minha cama. Senti como se eles estivessem exaustos, o sono era profundo. Minha mãe, os abraçava e assim eles dormiram de roupa e abraçados. Senti uma tristeza no ar, não conseguia imaginar o por que deles estarem lá e não conseguia expressar o que se passava dentro de mim.
Comecei a me sentir mal. Precisava respirar. Precisava sair dali. A dor em meu peito me corroía. Aquela imagem deles deitados, me fez parar e pensar o que estava acontecendo. Sei que tive medo das respostas, mas precisava enfrentar os meus sentimentos e descobrir. Só assim poderia seguir adiante.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Escolhas

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Dica para quando for fazer uma escolha: pondere, perdoa-se, jogue fora o que te machuca, liberte-se de quem te fez mal e siga adiante.

Lúcia Alves

Cometer um erro é mais fácil do que se pode imaginar. Não estou aqui dizendo que devemos errar, mas com certeza faz parte do nosso dia-a-dia, errar.
Somos fracos, somos frágeis, somos indefesos e somos ignorantes. Sabe por quê?
Porque quando algo nos ameaça ou não sai da forma que queremos, não aceitamos. E quando não aceitamos, perdemos a razão. A emoção do sentimento do que se passa, fala mais rápido e é aí que erramos. É aí que nos tornamos iguais aos que nos feriram, aos que nos desprezaram, aos que nos faltaram com a verdade. Este é um momento importante, porque em questões de segundos mudamos uma vida inteira, fazemos uma besteira e (in)felizmente pagamos por este erro. As vezes levam-se anos, as vezes uma vida inteira. Nunca se sabe.
Nossos sentimentos são antagônicos, nossa vida também o é. Nossos pensamentos são rápidos e nossas ações nem nos damos conta.
Sei que errei. Sei que quis pagar na mesma moeda o mal que me fizeram. Pude até ter tido um pequeno milésimo de segundos aquela sensação de que havia feito a coisa certa, mas a consciência, essa realmente pesa e não há nada que te ajude a mudar, a removê-la, a pensar diferente.
Seu coração e sua mente tornam-se uma só. Um pesadelo na sua vida. Você descobre com o tempo que se tornou sua própria vítima. Vítima do seu medo, de suas frustrações e principalmente dos seus erros. 
Você descobre com o tempo que o seu erro não te faz uma pessoa melhor. A cobrança essa dói e te deixa sem ação. Saiba que nunca podemos retroceder. Depois de feito ou falado, já era. Nada volta atrás. A sua vida têm de seguir adiante. De uma forma ou de outra. Eu errei, conheço bem o meu erro. Sei a quem prejudiquei e lamento o que fiz. Sei que houve um preço e paguei por ele, mas não posso continuar com este fardo dentro de mim, eu preciso seguir adiante e é o que tentarei fazer. Que eu tenha sorte em não falhar de novo.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Justiça

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Já se passaram anos e muitos ainda acreditam no Código de Hamurabi: "olho por olho, dente por dente". Não cabe a nós sermos justiceiros. Cabe a nós sustentar a responsabilidade pelas nossas ações, evitar o contraditório que existe dentro de nós e seguirmos adiante sendo autênticos e verdadeiros.

Glória

Um dia acordei com uma vontade louca de fazer justiça. Sabe quando você passa a sua vida de forma oprimida, reservada, sem amigos e obediente a tudo e a todos?
A minha vida era assim, totalmente sem graça. Na verdade, eu não vivia, era como um robô sendo manipulada por todos que estavam a minha volta.
Neste dia em questão, era meu aniversário. Estava fazendo 23 anos e senti um imenso vazio dentro de mim. Já havia passado alguns dias que eu estava planejando como fazer justiça com as minhas próprias mãos. Talvez, este tenha sido o meu erro.
Levantei determinada. Não dei bom dia a ninguém, nem sei se lembraram do meu aniversário, também não importava, eles sempre foram secos comigo, as festas eram bobas e eu não queria mais fazer parte disso.
Saí. Me lembro perfeitamente o que vestia, para onde ia e o que precisava fazer. Não vou dizer o que pretendia fazer, por que hoje penso que estava num estado anormal quando planejei tal coisa. Mas no momento, era o que eu queria. 
Era um dia ensolarado, 26 de maio de 1998, como disse data do meu aniversário. E a data onde colocou um fim nas minhas loucuras. Passei o dia fora, comprando coisas, arquitetando tudo e quando voltava para casa, num pequeno momento de distração, atravessei a rua e ouvi uma freada. Já era tarde, eu havia sido atropelada. Meus planos acabara ali.
Diante de tudo que se sucedeu, percebi o quanto meus pais me amavam. Até no momento de dor, eles estavam ali. Soube também que eles estavam organizando uma festa surpresa. Por isso, ninguém me parabenizou quando acordei. Eles queriam que eu achasse que haviam esquecido da data. 
Com o tempo, pude perceber que o que a minha família queria era cuidar de mim, evitar que o mal chegasse até mim, faziam tudo por excesso de zelo. Na mente deles, eles estavam me preservando das coisas que estavam acontecendo. Depois, descobri tudo o que se passava. Descobri o quanto eles me amavam e me queriam bem. Chorei. Chorei muito. A minha vida não era mais a mesma. Me senti arrependida, me senti reduzida a nada. Eu não dava valor a nada. Essa falta de valor, era algo que eu criara, que eu mantive e que quase fiz uma grande besteira. 
Não culpo ao motorista que me atropelou. Sei que estava desatenta e que atravessara sem olhar para os lados. No momento eu estava cega, queria vingar das pessoas que me amavam. Hoje, acredito que foi o melhor que pôde ter me acontecido. No momento que me senti debilitada, pude enxergar o que nunca quisera ver: o amor.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Se sentir em paz

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#todosnóstemosdireitoapazinterior#

Bernadete

Sei que a minha vida é cheia de altos e baixos. Nada é perfeito. Nada é imperfeito. Hoje sei que a forma que a gente conduz a nossa vida causa as alegrias, as tristezas, as perfeições e imperfeições.
Passei muito tempo sem saber qual caminho seguir, quais decisões tomarem e acreditei que os meus erros eram frutos das escolhas dos outros e não das minhas.
Percebi que a minha vida tomou rumos que eu sempre considerei que não foram as minhas escolhas. Hoje enxergo que tudo foi meu, que as escolhas foram minhas, que eram as minhas próprias decisões. Mas demorou muito tempo para perceber isso.
Sabe quando percebi? Quando não pude mais modificar. Na realidade se eu for parar para observar ainda posso, posso me arrepender, posso fazer novas escolhas e modificar o que estou colhendo. 
Cometi um erro durante muitos anos da minha vida, não percebia que culpava a todos, pelos erros que eram apenas meu. Tomei decisões pelos outros, tomei decisões por mim mesma, tomei decisões que afetaram a vida de muitos. Enfim, decidi a vida de muitos aos quais tinham que terem tomado suas próprias decisões e em relação a minha vida, permiti que fizessem as minhas escolhas. Nada é perfeito, eu não sou perfeita, mas posso buscar uma nova direção para a minha vida.
Hoje quero ser feliz, hoje quero sentir bem comigo mesma, hoje quero pedir perdão as pessoas que acusei, as que afetei, as que fiz sofrer. Não quero entrar no mérito do que foi a minha vida, não é esse o objetivo, mas quero e preciso mudar. Que um dia eu possa receber a ajuda que tanto tenho buscado. Quero poder estar em paz com os outros e principalmente comigo mesma.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Ética

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" É necessário cuidar da ética para não anestesiarmos a nossa consciência e começarmos a achar que tudo é normal." (M.S. Cortella)

Sandra

Não posso dizer que não fui feliz, porque estaria mentindo. Apesar, que não sabia que o que eu tinha e sentia, era felicidade. Ao desejar ir além do que podia, foi quando comecei a sofrer e a me sentir desorientada. Fiz de tudo para chegar na mais alta posição que podia conquistar. Acreditava que havia sido por mérito, mas hoje enxergo que foi as custas de muitas pessoas. Não pensava em ninguém, só em mim mesma.
Por um tempo culpei os meus pais pelos meus erros, afinal sempre tive o que quis. Depois, mas quando digo depois, foi muito tempo depois, aí percebi que a errada era eu. Não tinha limites. Não tinha escrúpulos. Não tinha amor pelo próximo. Amava quem eu era e o que eu desejava.
Ao longo dos anos, perdi amigos, perdi a família, perdi tudo que era verdadeiro em minha vida, principalmente os valores. Cheguei onde queria, no topo. Mas não tinha ninguém para estar lá comigo. Nesse tempo, não conseguia nem me sentir sozinha, o trabalho me consumia e o meu desejo de permanecer aonde estava era maior que qualquer outro sentimento.
Um dia, quando saí do trabalho, estava dirigindo. Pensava em tudo que havia conquistado, sentia orgulho de mim e de ter ido tão longe. Meus pensamentos me consumiam, por uma breve distração, bati o carro. Neste momento, pude perceber que estava perdendo o que mais amava. A minha vida. Desde então, com todo o sofrimento que passei ao longo destes anos, não voltei a ser quem eu era, havia perdido tudo o que conquistara. Lutei contra mim mesma, lutei contra os pensamentos, perdi completamente a razão. 
Hoje o tempo passou, percebo que há pessoas que querem me ajudar a superar este trauma. Por muito tempo não permiti a aproximação de ninguém. Sempre achei que era por dó ou por piedade. sempre tiver pavor de pessoas que estavam com outras por serem fracas e não suportarem seu sofrimento. Hoje consigo enxergar que preciso de ajuda, que não sou perfeita e que cometi muitas falhas. Hoje penso nas pessoas que eu fiz sofrer, não sei o que aconteceu com elas, mas espero que tenham seguido um caminho melhor que o meu. Hoje relembro os valores que recebi e que não os aproveitei. Hoje percebo que fiz as minhas escolhas e paguei por elas. Hoje percebo que a vida passa muito rápido e que nossos valores nos consomem. Hoje percebo que tinha tudo para ser feliz e não fui.