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quarta-feira, 27 de abril de 2016

Renata

Não vejo problemas em recomeçar. Estive por muitos anos dando início a minha vida que diga-se de passagem, não foi nada fácil e sei que agora preciso seguir um novo caminho.
A minha história consiste em engravidar cedo, abortar. Engravidar novamente, levar para adoção. Quando encontro quem realmente amo e que acredito que vou ser feliz, tento por anos um filho e não consigo ter. Depois que ele me larga e vai viver com uma outra mulher, conheço um cara numa festa e engravido.
Quando fiquei sabendo da gravidez, minha alegria foi completa, era tudo que precisava para trazer o Mateus de volta a minha vida e trouxe. Como estava realizando o sonho dele, ele fez de tudo por mim neste período da minha vida. Foi o único que não tive nada para reclamar.
Aos 6 meses, sofri uma queda, comecei a ter uma hemorragia e meu filho veio ao mundo. Foram meses de luta por sua sobrevivência. Ao completar 8 meses ele precisou de uma transfusão, meu sangue não era compatível e é claro que o do Mateus também não seria, foi assim que ele descobriu que não era o pai e me largou.
Neste momento nem pensei em mim, queria que meu filho sobrevivesse e fiz de tudo para localizar o Renan que foi o homem que me engravidou. Foi difícil ele acreditar, muito mais difícil foi ele querer doar sangue para meu filho, ele não queria nada que o vinculasse a ele. Ele era casado e não queria que sua esposa descobrisse a traição.
Combinei que se ele salvasse o meu filho que nunca me aproximaria dele. Assim ele o fez. Doou o sangue. Meses se passaram, meu filho teve uma melhora e pude sair do hospital com ele. Fomos para a casa dos meus pais. Precisava de ajuda e eles foram os únicos que estenderam a mão para mim.
Meu filho melhorava e eu ficava cada dia pior. Não alimentava, não dormia, cuidava dele o tempo todo. Tinha medo que algo pudesse acontecer a ele. Tudo que não fiz pelos outros, quis fazer por ele. No seu aniversário de um ano, ele adoeceu novamente. Os médicos disseram que era pneumonia. Entre agulhas, cuidados e soro, ele não aguentou. Depois de 5 dias internados, veio o óbito. Não esperava por aquela notícia, perdi o meu chão. Ele se tornou a minha vida e depois daquele dia não sabia como continuar.

Me culpei por tudo que aconteceu a ele. Fui tão covarde nas outras gestações. Fui egoísta e só pensava em mim. No momento que parei para pensar no meu querido filho Eduardo, eu o chamava de Dudu, eu não mais o tinha. Voltar para casa foi o início do meu pesadelo. Suas roupas, seus brinquedos, seu cheiro. Não conseguia esquecê-lo. Sofri como nunca havia sofrido.

domingo, 24 de abril de 2016

Denuncie: Disque 100

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Segundo a UNICEF, em dados de 2010, cerca de 250 mil crianças estão prostituídas no Brasil. No Brasil, em 2000, institui-se o Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil, assim como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infanto-Juvenil, comemorado em 18 de maio, dia em que uma menina de 8 anos foi abusada e morta em 1973 no Estado do Espírito Santo causando indignação nacional. 

Matéria completa está disponível em: http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/prostituicao-infantil.htm

sábado, 23 de abril de 2016

Fernanda

Estava olhando ao longo de minha vida e tentando imaginar onde foi que errei, porém, não consigo ver erros. Vejo desespero, vejo oportunidade, vejo a luta pela sobrevivência, mas errar não. Se tivesse que reiniciar faria tudo de novo, só que com mais experiência, com mais vivência.
Aos 12 anos, minha mãe me deixou com uma amiga, ela precisava ir trabalhar e não tinha com quem me deixar. Este foi o último dia que a vi. Esta mulher que ia cuidar de mim, me colocou no carro e me levou para outra cidade. Disse que precisava fazer uma entrega que não podia esperar e me informou que a minha mãe sabia.
Sem medo, acreditando naquela mulher a qual eu chamava de Débora, fui entregue a própria sorte. Hoje sei que quando ela disse entrega, se referia a mim. Sem dó e sem piedade, ela me largou com uma mulher que todos a chamavam de Doralice. Esta mulher foi o inferno em minha vida. Na mesma noite, ela me vendeu para o primeiro homem que pagara qualquer mixaria. Depois daquela noite de horror, todas as outras foram iguais. Ficávamos presas durante o dia e a noite trabalhávamos para aquela mulher. Bem, acredito que errei com a palavra trabalhar. Sempre acreditei que trabalharia em algo que eu quisesse, que teria uma remuneração e que teria uma certa liberdade. Neste caso, eu trabalhava para sobreviver.
Os anos foram passando e quando completei 14 anos, eu já era considerada de confiança. Doralice permitiu que eu fosse a mercearia fazer umas compras para ela. Não pensei duas vezes, era a chance que eu tinha para fugir. Sabia que seria perseguida e se fosse encontrada que seria duramente espancada, por isso, corri o quanto pude. Não sabia para onde porque não conhecia a cidade. Não podia perguntar nada a ninguém porque eles poderiam me delatar. Peguei o dinheiro que tinha para as compras e entrei no primeiro ônibus. Sentia medo, sentia feliz, me sentia capaz.
Foi a primeira vez que pensei em minha mãe. Não sabia como encontrá-la. Não sabia voltar para a minha casa. Pensei em ir a polícia, mas sempre ouvi Doralice dizer que tinha um amigo na polícia e que se alguma de nós tentássemos alguma coisa, que arrependeríamos. Resolvi então seguir a minha caminhada sozinha.
Sei que de um ônibus fui para outro que me levou a outro. Depois de umas três horas e de ter mudado quatro vezes de ônibus, decidi que estava segura. Olhei o dinheiro, tinha poucos reais, precisava comer, precisava dormir e o dinheiro não dava. Vi umas garotas na rua, fazendo o que me fora ensinado, resolvi então fazer o mesmo. E assim, iniciei novamente o que achei que estava terminado. O tempo foi passando e consegui sobreviver desta forma. Se acho certo? Não sei nem o que é certo. Mas se era o que eu sabia fazer? Com certeza era. Ao longo destes anos, orgulho do que conquistei. Consegui alugar um quarto, comprava as minhas coisas e me alimentava. Não precisava de mais nada. A minha mãe eu já não me lembrava mais. Era como se ela não fizesse mais parte da minha vida. Com o tempo, fui aprendendo algumas maldades, precisava sobreviver e assim o fiz. Se queria mudar o rumo da minha vida? Com certeza queria, mas escolhas nem sempre a gente consegue fazer. As vezes elas são impostas e quando se tem oportunidade de mudar, o medo é tão grande que você estaciona e acaba sendo o que sempre foi.
Se sou fraca? Posso até ser para muitos. Mas para mim, sobreviver a cada dia, me fez uma pessoa mais forte. Não gosto de parar para pensar. Pensar machuca, pensar dá medo, pensar as vezes te enfraquece. E fraqueza não era meu nome. Precisava sobreviver e sobrevivi.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Somos todos humanos

Me sinto a vontade em falar sobre os LGBT's, mesmo porque a minha sexualidade é bem definida: sou heterossexual e sou livre de preconceitos. Já vivenciei tantas represálias a seres humanos que por questões de opções sexuais são tratados como a escória do nosso País. 
Presencio diariamente, jovens que já se definiram, se escondendo por causa das repressões que a nossa sociedade impõe a eles. Não deveríamos repensar o mal que estamos causando a estas pessoas? Não seria mais importante elas se sentirem acolhidas e amadas? Mostrarem quem elas realmente são? Sem medo.
Afinal ser gay, ser lésbica, ser heterossexual, ser bissexual não as tornam inferiores em relação a nós. Não as tornam doentes ou mesmo sem caráter. Pelo contrário. Na minha concepção mostram o quanto são fortes. Por que lutar por toda uma sociedade que ignora os seus valores e seus direitos, não é nada fácil! 
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terça-feira, 19 de abril de 2016

Por uma vida de respeito

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Muitos idosos não necessitam de hospitalização ou tratamentos e sim de amor dos seus familiares.
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"Respeitar as pessoas idosas é tratar seu próprio futuro com respeito."

Lúcia Helena

A cada ano de vida, eu agradecia pela oportunidade que eu tinha de continuar vivendo. Não por considerar que a minha vida fosse fácil, mas por dar valor a cada momento que passei. Teve de tudo: perdas de quem amava, comemorações do meu casamento, de cada filho que tive, de cada conquista e de cada derrota. Resumindo a minha vida, ela foi cheia de altos e baixos.
Nasci numa família tradicional na zona rural, casei-me nova com um homem que aprendi a gostar, meus partos foram sofridos, mas o amor que tinha pelos meus filhos era maior. Dos oito filhos gerados apenas cinco vingaram. Passei por todo tipo de situação, porém, ao envelhecer minha vida foi tomando outro rumo. Os anos foram passando e com o tempo, as perdas. Em um dos meus aniversários, sem ter a companhia do meu finado esposo, meus filhos resolveram internar-me numa clínica. Não era boba, sabia que eles estavam visando o que meu marido deixara. A luta pela posse dos bens era impedida pela minha pessoa, para isso fui dada como enferma.
No início, revoltei-me com a situação. Cada dia que se passava, tudo que eu fazia para demonstrar a minha sanidade era má interpretada. Eles me dopavam e houve um dia que realmente acreditei que estava doente. Neste momento, percebi que nenhum dos meus filhos me visitavam. Nem isso, eles eram capazes de fazerem por mim: saber se estava bem. Sofri. Como passar tantos anos amando seres que te despreza? 
Muito tempo se passou, a mágoa tomou conta de mim, havia me transformado em alguém que não era eu. Contudo, um dia pude perceber que tudo é passageiro e que devemos perdoar a quem nos fez tanto mal. Orei por cada um deles e percebi o quanto eles precisavam aprender sobre o amor. Ao perceber a minha falha na criação de cada um deles, chorei. Sabia que era tarde demais e que só a vida encarregaria de mostrar a verdade.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Na correria

Oi pessoal, dias conturbados. Não por questões pessoais, mas por questões profissionais. São muitas coisas para escrever e realizar. Estou providenciando algumas apresentações, artigos e produção fotográfica para serem realizadas até julho na área de violência. Então, quando dou uma sumida por aqui é por que estou produzindo algo na área, através do meu "eu" verdadeiro.
Infelizmente, a violência não pára. Está em toda parte e acabamos nos envolvendo, tentando minimizar estes problemas ou ajudar aos que estão mais próximos. O importante é seguirmos adiante, sempre. Amanhã voltarei a postar mais um relato. Aguardem!
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quarta-feira, 13 de abril de 2016

Violência contra idosos

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Pesquisas realizadas nos mostram que a cada hora, dois idosos sofrem algum tipo de violência no País. De acordo com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República as denúncias contra maus tratos de idosos crescem a cada ano. Este fato não demonstra que a violência praticada aumentou, porém nos informa que os idosos estão mais conscientes da importância em fazer a denúncia. Estas denúncias podem ser feitas pelo Disque 100. A ligação é gratuita para todo o Brasil.
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terça-feira, 12 de abril de 2016

Vícios

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De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) a dependência ao álcool é considerada uma doença. Sua continuidade e o seu excesso podem levar a consequências irreversíveis no organismo.
A doença é caracterizada pela compulsão, perda de controle e dependência física. Para tratar-se a principal iniciativa é reconhecer o seu vício, pedir ajuda a família e buscar um tratamento médico. Para evitar "quedas" é bom que o "doente" procure ajuda alternativa como um programa de tratamento (os Alcoólicos Anônimos) para ficarem sóbrios.
Se tiver interesse em saber mais, consulte o link: http://www.alcoolicosanonimos.org.br/

Joana

A doença da alma é a pior de todas as doenças por que com ela a cura só é realmente encontrada com os nossos esforços pessoais. E quando estamos doente, precisamos de tratamento e nem sempre seguimos as recomendações de forma tão correta. Uma pequena melhora, já nos faz reduzir a medicação ou até mesmo pará-la por conta própria e normalmente, voltamos até pior.
Passei por este problema ao longo de vários anos. Iniciou-se quando descobri que não era filha dos meus pais. O meu mundo veio ao chão. Comecei a me sentir inferiorizada, escolhi caminhos errados, comecei a andar com pessoas que não queriam nada da vida, só zoar. Como eu queria, como eu sabia.
Larguei os estudos, comecei a beber e fumar como uma forma de rebeldia. Me envolvi com um amigo de farra e engravidei em menos de quatro meses. Levava uma vida tão desregrada que aos dois meses sofri um aborto espontâneo. Isso não me abateu. Havia achado bom. Afinal, era filha de uma desconhecida e é isso que meu filho seria para mim. Momento algum, pensei em cuidar da criança.
Os anos foram passando, emagreci bastante, quase não me alimentava. Minha vida ainda era beber e fumar. Porém, não era mais seleta. As dosagens foram aumentando e bebia qualquer coisa que aparecesse. Minha família, tentou fazer algo por mim, mas não quis a ajuda. Nem queria saber da existência deles. Odiei-os por muito tempo. Acredito que odiava a mim mesma, mas não aceitando esta condição, transferi este sentimento as pessoas que mais me amaram. Minha vida permaneceu assim até que soube da morte de minha mãe de criação. A dor foi profunda, o sentimento de culpa e de não ter ficado ao lado, me consumiu. Prostrei. Sofri um abalo emocional que não imaginava. Esta culpa ainda me persegue. Tentei ir algumas vezes na casa dos meus familiares, mas não sabia o que dizer, não sabia o que eles pensavam sobre mim e pensei por muito tempo o que eles me diriam sobre tudo que fiz. A minha covardia foi mais forte, mais uma vez. Decidi que não ia mais pensar sobre isso. Voltei ao que fazia bem, beber. Sem estudo, sem trabalho, sustentando um vício que era maior do que eu, adoeci. Lembro que dentro de mim só queria o perdão dos que me amaram e que eu os reneguei. Ao ser internada na clínica, lembro que num dia, como se fosse num sonho, vi que meu pai de criação estava ali ao meu lado. Ele segurava a minha mão e orava para que eu ficasse bem. Percebi o quanto ele me amava e que não havia dado o devido valor. 

sábado, 9 de abril de 2016

Sobre a Palestra

Bem, acabou. Sabe aquela sensação de dever cumprido? É assim que estou me sentindo. Como sou muito crítica em relação ao que faço, sei que tentei, mas que poderia ter sido bem melhor. Talvez tenha faltado um pouco de tudo, mas consegui.
Eu não podia falar de Deus, sem mencionar o meu amigo virtual Lourisvaldo Lopes da Silva com a sua belíssima poesia "Sentir é Preciso!". Desde o dia que a li, ela me marcou profundamente e foi com muito prazer que finalizei a palestra me referindo a sua poesia. Mais especificamente este trecho marca todo o pensamento sobre a minha crença:

?Deus?
Se você não acreditar (ele não existirá) Apenas para você!
Se você decidir crer nele, nada vai impedir que ele exista em sua vida!

Quem quiser ler esta poesia na íntegra acessem: http://lorisvaldolopes.blogspot.com.br/search?q=sentir+%C3%A9+preciso

Seguindo em frente

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"Se Deus não te dá o que você quer, é porque não é disso que você precisa". #oqueDeusquiserparamimeuquero#

Falando sobre Deus

Hoje é um dia diferente para mim, fui convidada a dar uma palestra que tem como tema central 'DEUS". De início, estive tentada a não aceitar, achei até que seria uma loucura. Falar sobre o que não se tem costume é aterrorizante. Uma coisa é dizer: "fica com Deus", "Deus te abençoa", "que Deus ilumine a sua vida", enfim, existem várias formas diferentes de mencionar Deus em nossa vida, mas falar sobre Ele, para mim não é nada fácil.
Porém, resolvi aceitar o desafio. E para isso, ao invés de ler materiais referentes a Deus, resolvi ler livros voltados aos ateus. Percebi que existem duas maneiras para se manter descrente:
1. Quando você tem os seus desejos contrariados. Sua fé se perde e você começa a questionar sobre Sua Existência;
2. Como uma forma de fazer o que se quer na vida sem medir as consequências. Assim, você não precisa de se preocupar com seus erros.
Dito isso, parei para pensar sobre todos os questionamentos que já fiz na vida, sobre a existência do nosso Pai e sinto que não cheguei a conclusão nenhuma. Confio em Sua existência, creio na Sua unicidade, mas sem definições. Acredito que ainda não temos a capacidade para defini-lo.
Quanto mais tenho lido, mais tenho sido testada. Esta semana, foi muito difícil. Em meus momentos livres, estive conversando com diversas pessoas que estão perdendo sua crença. Passei a perceber que basta um momento de contrariedade para que todas as dúvidas venham à tona. Para todos eu disse: mantenham-se firmes, orem e apenas creiam que tudo irá passar. Porém, em momentos de dificuldades, as pessoas não querem ouvir. Como as minhas falas foram em vão, disse apenas: vocês não vão fazer com que eu perca a minha fé. Este é um momento importante para mim. Para que eu passe credibilidade no que vou falar, preciso sentir e vocês não vão tirar isso de mim. Diante desta fala, eles se recuaram. Pediram desculpas, desejaram que tudo ocorra bem e seguiram suas vidas. Eu parei um momento por cada um deles e pedi a Deus que ajude a lhes revigorar a fé. E que me ajude a manter a minha fé.
Em momentos de dificuldades ou nos apegamos ou nos destruímos. A vida está difícil para todos, não é mérito de apenas uma pessoa, mas perseverar e crer neste momento é fundamental. Que tenhamos forças para seguir a nossa caminhada.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Um dia de fúria

Um "dia de fúria" pode fazer muito estrago, vários dias então, uma calamidade.

Surtos

Definitivamente as pessoas estão perdendo a razão e surtando de vez. Vou contar o caso da minha melhor amiga por que sei que ela não tem o hábito de ler blog, então com certeza, ela não vai ler o meu.
Liguei para a minha amiga de infância e ela estava me contando as mudanças que ela fez na vida, depois da perda de seu irmão caçula. Uma coisa é você ter consciência dos seus atos e mesmo assim decidir tomar o caminho que ache o certo, porém, para mim, ficou claro que ela não está nada bem e que GRITA por ajuda.
A atitude que ela tomou desde então é não se calar mais para ninguém. É meio que a lei de Talião: olho por olho, dente por dente. E nessa mudança de comportamento, ficou claro que ou algo muito sério poderá acontecer com ela ou com quem cruzar no caminho dela. De certa forma, ambas as partes poderão sair imensamente prejudicadas.
Tudo começou com agressões verbais no trânsito, depois passou para as agressões materiais e recentemente para as agressões físicas. Quando perguntei se ela está se tratando, a resposta foi que sim, que ela está tomando remédio manipulado. Quando perguntei se a médica sabe do comportamento que ela está exercendo, a resposta foi que fazem quase três anos que ela não vai a uma consulta.
Agora fico pensando: com a taxa de stress tão alta, com a ausência de um comportamento adequado para a nossa sociedade e com tanta alteração de humor, como se auto-medicar? Está claro que a minha amiga virou uma bomba relógio e que a qualquer momento pode explodir. Receio por ela ou por quem possa estar próximo a ela. Espero de coração que ela perceba o quanto está errada, que procure um especialista que possa tratá-la e que em breve possa sair desta má sintonia.
É muito triste ver quem você ama, quem você conviveu toda a sua vida, tomando um rumo que não é nada legal.Torço por você. Espero que supere todos os problemas e viva de uma forma mais saudável.
Mesmo longe, estarei sempre aqui para te ouvir, te repreender, te ajudar e todo o resto que a gente sempre fez. #bestfriendforever#secuida#

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Margarida

Eu quero dizer um pouco da minha história. Nasci numa cidade bem interiorana. Com muita dificuldade, meus pais tentaram criar todos os seus filhos, que até a época eram sete. Eu nunca aceitei a minha situação de pobreza, a qual vivíamos. Sempre soube das oportunidades que uma cidade grande nos permitia ter e num determinado dia, ao completar meus quinze anos, decidi partir em busca de novas oportunidades.
Nesse dia, lembro que meu pai foi para a roça trabalhar, alguns dos meus irmãos o acompanhara e outros ficaram em casa ajudando a minha mãe. Na hora do almoço, já tinha tudo planejado. Escondera umas mudas de roupa e como fazia quase todos os dias, peguei a marmita para levar para o meu pai e irmãos. Sabia que ganharia tempo até eles perceberem a minha ausência. Sei que da minha maneira, despedi de cada um deles. Meu sonho era que eu pudesse trabalhar, ganhar muito dinheiro e levar meus pais para a cidade para terem uma vida digna. E assim, fui pela estrada. Caminhei alguns quilômetros até que vi uma carroça, pedi que ele me levasse até o posto. Lá havia uma grande movimentação de carros e peguei uma carona com o José.
Fomos conversando durante longas horas, contei a ele o que pretendia e para onde queria ir. Depois de algumas horas, senti confiança naquele homem que estava do meu lado. O cansaço da viagem fazia com que o sono chegasse e aí acredito que dormi. Não sei por quanto tempo, mas quando acordei estava num quarto deitada na cama com o José.

Ele disse que não havia feito nada comigo, que só paramos para descansar, mas que eu tinha que aprender que tudo na vida tinha um preço e que aquele seria o preço que eu tinha que pagar pela carona que ele estava me dando. Fiquei aterrorizada, não sabia o que fazer. Tive medo, mas sabia que não conseguiria sair dali. Então aceitei o que ele propunha. Foi doloroso a noite que passei. O pior da minha vida. Me senti: humilhada, suja, completamente destruída. Meus sonhos nem se iniciaram e acabaram ali. Como sobreviver? Como ser feliz depois deste dia? O cheiro daquele homem me enojava. Não suportava vê-lo, não suportava me ver, não suportava imaginar a que ponto cheguei para alcançar algo que estava tão distante? Naquela noite, me senti um nada e no meio do nada, aquela menina cheia de sonhos, desapareceu.

terça-feira, 5 de abril de 2016

Vivendo o recomeço

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"Não importa onde você parou....
Em que momento da vida você cansou...
O que importa é que sempre é possível recomeçar."
Gaefke