Desabafo

Quando fiz economia, esta frase foi uma das poucas que me marcou. Só não imaginava que alguns anos depois eu sentiria o efeito desta frase como um tipo de violência que sofri. Outro dia fiz uma postagem explicando a violência patrimonial, hoje ao receber uma ligação com uma oferta de emprego percebi de uma forma bem direta o quanto fui lesada.

A economia era uma profissão que amava exercer, eu era concursada, ganhava bem e estava começando a minha vida. Um dia, acordei e verifiquei que era muito nova para estar acomodada num emprego público. Exonerei, mudei de Estado e recomecei a vida.

Neste período quis me tornar professora, como amava estudar, pensei que era a profissão certa para se ter: eu receberia para fazer o que mais gostava. E assim o fiz. Estudei anos a finco: nova formação, novos aperfeiçoamentos, novas especializações, novo mestrado. Tudo da forma que tinha de ser. Procurei por uma Instituição que se dizia conceituada e que era a segunda melhor do Estado. Como sempre estudei nas melhores, não pensei duas vezes. Em questão de pouco tempo, já estava empregada. Estava trabalhando no horário que eu queria, com a disciplina que eu queria e atendendo a um público que me ajudou muito a crescer como pessoa e a dar valor há coisas que antes eu não dava.

Depois de passar no concurso pelo município e de estar lecionando pelo Estado, recebi a notícia da Superintendência de Educação que eu seria exonerada por que o diploma era falso. FALSO? Como falso? Eu paguei, estudei, fiz as provas, defendi dissertação e agora era tudo falso? Meu mundo desmoronou. Cheguei a ficar um pouco incrédula, depois depressiva, depois adoeci e agora consigo me reerguer. Sem expectativas, mas me reergui.

Moral da história: a Superintendência argumenta que a Instituição não podia ofertar o curso. A Instituição argumenta que o curso valeu como aprendizagem, que se eu não conseguir emprego aqui na cidade que consigo em outro lugar. E quanto a mim? Ninguém se importa! Os anos passaram, estabeleci família, acreditei num sonho que me foi tirado. Isso não vale nada, não é verdade?

Sou só mais uma a ser enganada. O que era sólido, desmanchou-se no ar. A minha posição social sofreu abalos. Passar por algo que não se espera, ser lesado, ter seu mundo destruído, não vale nada. 

Mas não tem problema não? Sabe por que? Enquanto vocês estão aí vendendo cursos e não sonhos, eu caí, me levantei, estou mais forte. Entre eu e vocês, sou mais eu. Posso não ter o dinheiro que vocês têm, mas tenho caráter. E isso para mim, basta!

Xenofobia

 A xenofobia pode se caracterizar como uma forma de preconceito ou como uma doença.

Geralmente se manifesta através de ações discriminatórias e ódio por indivíduos estrangeiros. Há intolerância e aversão por aqueles que vêm de outros países ou diferentes culturas, desencadeando diversas reações entre os xenófobos.

Há algum tempo, estando em outro País, presenciei uma lojista perguntando a uma colega que estava comigo se ela estava ali para roubar. A minha colega não entendeu por causa do idioma, e o fato mais contraditório é que ela aqui no Brasil é da Polícia. Percebi também que eles consideravam os colombianos como a escória da sociedade. Estes, infelizmente por não conseguirem empregos, moradias,...acabavam vivendo de uma forma deplorável.

De volta a nossa realidade, sei que infelizmente não somos diferentes. Temos uma maneira estranha de distinguir estrangeiros de refugiados. Como se todos não fossem estrangeiros.

Os "estrangeiros" costumam ser recebidos com certa hospitalidade por que estão entrando com recursos financeiros que favorecem a economia do País, agora quando são "refugiados" estes têm de ser marginalizados? Bem, realmente não consigo compreender.

Estamos falando de que? de vidas ou de dinheiro? ou da falta deles? 

De qualquer forma muitos refugiados morrem a todo instante vítimas de violência. Imagino o que deve ser para eles saírem da miséria de sua própria vida, passando por situações subumanas, acreditando numa vida um pouco mais digna e acabarem morrendo numa terra desconhecida sem ter conseguido alcançar o que eles realmente acreditavam que era poder viver. 

Quando tudo está perdido sempre existe uma luz

Com tantas coisas acontecendo na vida de cada um, só queria deixar uma breve mensagem: tudo passa e sempre existe um novo caminho, uma nova luz...confie e siga sempre em frente.

Violência sutil

"A violência sutil é uma agressão que se apresenta sob a forma de hostilidade verbal, como insultos, desprezo, críticas, bloqueio de iniciativa, confinamento e ameaça de abandono."

Este é um tipo de violência que não é denunciada por que a maioria das vezes, a vítima não se dá conta de que está sendo violentada. Mesmo não se sentindo assim, em alguns momentos você sabe que está sendo diminuída, depreciada ou até mesmo criticada. Lembre-se: 

Violência Patrimonial

Não muito falada, mas bastante praticada a violência patrimonial está no nosso dia-a-dia e implica dano, perda, subtração, destruição ou retenção de objetos, documentos pessoais, bens e valores incluindo ou destinado a satisfazer suas necessidades.

Exemplos domésticos em que ocorre a violência patrimonial:

- quando o agressor quebra utensílios pessoais do agredido,

- quando rasga ou queima as roupas do agredido,

- quando esconde fotos ou objetos pessoais que são de valor inestimável à vítima,

- quando leem sua correspondência, e-mails, mensagens sem seu consentimento,

- quando não paga pensão alimentícia,

- quando retêm seu cartão bancário e utiliza seu dinheiro sem autorização, etc.

Muitos são os exemplos e sabemos que em algum momento ocorre com cada um de nós. Fiquem atentos. 

 A Violência Patrimonial também é crime. Denuncie. Disque 180.

Se encontrar

  "Pode se encontrar a felicidade mesmo nas horas mais sombrias."

Quem sou eu para julgar? Parte 2

Por mais que a sociedade esteja num processo de abertura e transformação, o imaginário social ainda não aceita a ideia de conviver com os LGBT's de forma explícita. Observando o dia a dia de alunos de uma escola pública onde eles são discriminados por muitos e aceitos por poucos, estas imagens têm como objetivo manifestar como eles convivem com esta realidade cotidianamente. Propõe-se então, demonstrar o quanto eles se sentem presos perante o sistema e a sociedade; e que ao apropriar-se dos conceitos que regem a Constituição Federal através dos princípios de liberdade, igualdade e da dignidade humana, eles procuram se libertar de tudo que os prende, buscando estabelecer-se como ser humano.

Crimes homofóbicos

Eu ia colocar vários rostos de pessoas que morreram neste ano, vítimas de crimes homofóbicos, mas achei desnecessário expor estas pessoas, ainda mais considerando que elas já estão mortas. Não é esse o meu objetivo. O objetivo é mostrar que cada um tem uma opção de vida e que devemos respeitar suas escolhas.

Estou insistindo neste assunto para mostrar a realidade do nosso País. O Brasil tornou-se campeão mundial de crimes homofóbicos. De acordo com o jornal Estado de São Paulo o risco de um homossexual ser assassinado no Brasil é 785% maior que nos Estados Unidos.

O crime homofóbico é um crime praticado contra homossexuais pertencentes a categoria de crimes de ódio. Os crimes de ódio são motivados pelo racismo, machismo, intolerância religiosa, xenofobia e como neste caso a homofobia.

É importante entendermos que cada um tem o direito de fazer suas próprias escolhas. Não temos direito de julgar, o que dirá de matar. Homofobia é CRIME. Denuncie.

Sobre a dor

A dor é tão constante em nossa vida que as vezes não damos significado a ela, ou as vezes damos mais do que deveria.

A dor pode se fazer presente em nossas vidas por diversos motivos, seja física, por uma perda, por um acontecimento ou até mesmo por lembranças ou saudades. 

A dor pode ser por algo ou por alguém.

Ninguém a deseja, mas ela acontece.

E aí quando a dor se instala você precisa reagir. Mas como?

Primeiro: eu me permito sentir esta dor por um curto período de tempo

Segundo: a dor não passou? É hora de reagir. Mesmo sem vontade, eu sempre faço algo por alguém. 

Por que por alguém? Porque as vezes você não quer fazer nada por você mesma então quando é para uma outra pessoa você acaba fazendo. O importante é sair da zona de conforto.

Terceiro: procuro mentalizar o que é inverso daquela dor. Por exemplo, se estou com dor de cabeça nesta etapa procuro mentalizar que estou bem, que estou com saúde e começo agir como se a dor não existisse.

Quarto: uma hora a dor vai embora e é a hora deu agradecer por tê-la superado.

Lara

Por que me sinto infeliz?

Nasci numa cidade interiorana, onde todo mundo fala de todo mundo. Meu sonho sempre foi sair dali. Não me sentia feliz. Cultivava a solidão dentro de mim. Durante um tempo convivi com um parente dentro da casa de meus pais que quase abusou de mim, porém, o estrago que ele fez em minha mente foi bem grande. Ele me fez a pior pessoa do mundo, perdi minhas referências, tinha medo de tudo e fui me entregando a minha própria sorte. 

Um dia, tive a oportunidade de ir embora de casa com o objetivo de fazer um futuro. Me senti com forças, me senti ambiciosa, me senti realizando algo que eu realmente desejava. Porém, com os meses, percebi que estava errada. A solidão, a falta de amigos e a incompreensão da pessoa com quem eu morava me destruiu de vez. Se eu ainda tinha esperanças, ela acabou.

Você sabe o que é viver com uma pessoa que você gostava, confiava, admirava, que é da sua família e que você pensava, essa pessoa vai te proteger? Era assim que eu me sentia. Na primeira semana, percebi que a realidade era outra. Nas outras semanas tive certeza. É ruim viver num lugar onde a pessoa faz questão de todos os dias deixar claro que eu não sou bem vinda, que a casa é dela e que desde o início, eu me tornei basicamente a sua empregada. Mesmo fazendo de tudo para agradar, eu não agrado. Sempre quando ela chega, ela arruma um motivo para brigar, para mostrar a minha insignificância. Tenho vontade de fugir. Não sei o que me segura. Estou sem rumo, estou perdendo as esperanças e não sei dizer onde a minha vida é pior. Quero voltar e tenho medo. Quero ficar e também tenho medo. Será que existe um lugar onde eu vou me sentir bem? Se existe, deve estar muito distante de onde estou.
Violência psicológica é crime. Denuncie.

Robert Frost

Talvez, apenas talvez num momento de nostalgia, onde relembro da minha juventude, lembro de uma poesia que fez parte de longos anos de minha vida. Eu lia, relia, interpretava e a cada lida, enxergava-a de forma diferenciada. É como se houvesse várias formas de dizer sobre um determinado assunto e que a cada momento, dissesse um pouco mais. Ainda nova não sabia bem o seu significado, como acredito que ainda não sei. Mas ela me marcou profundamente e ainda me marca. É engraçado por que o filme Outsiders, por mais que tenha consagrado ótimos atores na década de 80, não me marcou tanto como a declamação da poesia de Robert Frost:

Nada que é dourado permanece

Na Terra o verde novo é louro,
da cor do transitório ouro,
que cedo em cada folha aflora;
mas só por uma hora.

Pois folha submerge a folha,
e o Éden ao luto se recolha
da Aurora, que ao dia desce.
Nada que é dourado permanece.

E assim, também penso que "nada que é dourado permanece."

Vazio

Não há ninguém que passe por esta vida e que num determinado momento tenha sentido a sensação de vazio dentro de si.

Esta sensação pode ser devastadora, como pode ser revitalizadora. Depende de sua escolha.

Há momentos ruins, há momentos que você se sente vazia, há momentos que você se questiona, há momentos que você se deprime.

Mas é importante que nestes momentos você não se deixe enganar. É nesta hora que você precisa se reerguer e encontrar uma chama dentro de você que te faça ir adiante.

Eu sempre penso que nestes momentos você deve esquecer um pouco de você e olhar a sua volta. Perceberá que há pessoas que estão numa situação pior e que encaram a vida com mais alegria, com mais fervor e são essas pessoas que te ajudam a perceber que não há nada que não possa ser resolvido. São essas pessoas que dão sentido a vida. E o que é mais incrível é que são exatamente estas pessoas que deveriam estar numa situação pior é que são extremamente solidárias. E elas não fazem querendo nada em troca, fazem apenas por amor, por se sentirem bem. E é isso que importa.