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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Rita

Existiu um dia em minha vida onde a felicidade se fez presente e acreditei que seria um momento para toda a minha vida. Quanta ilusão! É tendência uma adolescente se apaixonar e acreditar nas mentiras que lhe são contadas? Acreditar no seu príncipe? Acreditar nos votos de amor eterno? Se é, sou mais um número, porque acreditei piamente na minha felicidade.
Acreditei amar e ser amada, acreditei que viveríamos assim, eternos namorados.
No momento do sim, a minha vida mudou. Rodolfo deixou de ser a pessoa que conheci. Ele me deixava em casa, sozinha, esperando por ele. Houve dias que ele não aparecia. Houve dias que ele chegava alterado. Ele me dizia que era o trabalho e eu acreditava. Fazia de tudo para ele estar bem, se sentir bem e não se alterar quando estava comigo. 
Havia momentos que ele me batia. Eu chorava durante horas. Ele me pedia perdão, dizia que aquilo não iria mais acontecer e terminávamos a nossa noite abraçados como dois pombinhos apaixonados. Por muito tempo fiquei sem sair de casa. Primeiro porque não queria que as pessoas me vissem naquelas condições. Depois porque ele dizia que o bairro estava ficando cada dia mais perigoso. Com o tempo, não acreditando mais em suas desculpas, saí. Quando voltei, apanhei. Foi uma surra extremamente violenta. Ameacei sair de casa e não voltar mais. Neste instante, ele se transformou. Deste dia em diante me tornei uma prisioneira dentro da minha própria casa. Ele me levou para o quarto e me trancafiou. Não sei quanto tempo se passou. Com o passar do tempo, comecei a ouvir vozes. Um certo dia, a descoberta. Ele arrumara outra mulher e colocara no meu lugar. Não sei dizer o sentimento que tive, se era de ódio ou de alívio. Talvez, ele me soltaria. Talvez ,ele desistiria do mal que me fazia. Talvez...

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