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sexta-feira, 11 de novembro de 2016

José

Desta vez, foi a história de um homem que mexeu comigo. Por algum motivo, ele quis desabafar. Não somos amigos, mas nos conhecemos e de alguma forma, ele sentiu confiança em falar de sua vida. Utilizarei nomes fictícios.
Ao longo dos últimos cinco anos, ele perdeu seus pais, dois irmãos e seu filho caçula. O pai faleceu, por algum motivo acredito que tenha sido por doença, porque foi o único que ele não mencionou a morte. 
Seu irmão Antônio que era o mais novo, usava drogas desde os 14 anos, mas como ninguém da família sabia, só foi descoberto aos 22 anos. Várias vezes ele chegou a ser internado numa clínica, não de reabilitação, mas num manicômio. Eles associavam o vício a problemas neurológicos, depois eles realmente descobriram que a droga chegou a afetar o cérebro, mas isso, bem depois. Logo depois que o pai faleceu, ele saiu da clínica e voltou para a casa. Infelizmente, ele voltou a usar drogas. Para pagar, ele começou a vender algumas coisas de dentro de casa. Sua mãe para pregar-lhe um susto, pediu a 4 amigos próximos dele que lhe passassem um sermão. Ele não aceitando o que os amigos lhe falavam, partiu para cima deles e bateu nos quatro. O que não era impossível, pois ele era forte e quando não estava internado, lutava. Os rapazes apanharam, foram embora e a noite Antônio aparecera morto.
O tempo passou e D. Maria a mãe de Antônio, foi se definhando, até que com poucos meses, ela também morrera. Depois de um ano Luiz, o irmão mais velho de José, trabalhador desde novo, morre no trabalho. Pelo que soube, parece que ele caiu do andaime.
José desorientado com tanta perda, começa a perder tudo que conquistou: emprego, credibilidade e a esposa que acabou o deixando, depois de 22 anos juntos. Neste ínterim, ele descobre que seu filho mais novo de 15 anos é usuário de drogas. Só que desta vez, ele nada pôde fazer para ajudá-lo, pois não deu tempo para agir. O filho ao sair com os amigos, morre. Hoje, ele busca forças para continuar sua caminhada. Sua esposa, recentemente retornou para ele. O que ele ia me dizer e que não deu tempo de finalizar é como a dor da perda é diferente para cada um dos envolvidos nesta infeliz tragédia e o tanto que ele sente falta, principalmente, do filho.
Resultado de imagem para buscar forças Bem José, só posso te desejar que tenha esperanças. O que não te enfraquece, te fortalece. Fique firme e siga adiante.

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