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segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Extrema pobreza

Na semana passada passei por várias situações que me fizeram repensar sobre a situação de pobreza em que muitos se encontram. Estando presente numa Escola Pública, presenciei durante a semana 8 adolescentes desmaiando e sendo levados ao atendimento médico por fome. De início pensei que não tiveram tempo de se alimentarem ou estavam fazendo alguma dieta sem acompanhamento médico, mas para a minha surpresa, eles realmente não tinham o que comer. Fiquei pensando como isso era possível e cheguei a conclusão de que infelizmente esta é a realidade de muitos. 
Para definir a extrema pobreza, o IPEA considera os critérios da OMS e da FAO. Os dois organismos baseiam-se em uma estimativa do valor de uma cesta de alimentos com o mínimo de calorias necessárias para suprir adequadamente uma pessoa.
Pessoas em situação de pobreza extrema são aquelas que apresentam uma renda média de R$ 2,36 por dia ou R$ 71,75 por mês. É preciso ressaltar que esta situação não é regional, praticamente todas as regiões do País contam com pessoas abaixo da linha de pobreza.
Como economista, não consigo calcular uma forma de sobrevivência com apenas R$ 71,25 por mês. Porque este valor não é para uma pessoa, é para uma família. Para uma pessoa já seria impossível viver com este valor, para uma família então...
Não sou muito a favor de programas assistenciais, mas tenho que admitir que tentando melhorar esta situação de extrema pobreza em nosso País, foi criado desde 2003 o Programa Bolsa Família com o intuito de combater a fome. O PBF em 2015 beneficiou 14.014.252 famílias que recebem uma bolsa no valor de R$ 167,62. Dados mostram que 91,63% de alunos com faixa etária de 6 a 17 anos estão frequentando a escola, isso representa 17.110.354 beneficiários do PBF.
Se esta é a melhor solução? É claro que não. Muitas discussões ainda precisam ser feitas. Precisamos (re) pensar em políticas sociais e educacionais mais sólidas que possam vir a modificar este estado de extrema pobreza. Precisamos nos posicionar. Precisamos nos sensibilizar com estas questões e buscar meios alternativos. 
Se vamos acabar com a pobreza? É muito difícil. Mas podemos tentar amenizar esta situação. Podemos estender a mão ao próximo, dando-lhe uma oportunidade de se empoderar. Como fazer isso? É algo que precisamos parar para pensar.
Esse é um problema de todos nós. Não podemos fechar os olhos para estas questões que nos cercam e nos afetam de forma (in) direta.
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Eu preciso me levantar e aplaudir estas pessoas de pé, porque viverem desta forma e seguirem a vida adiante de forma positiva, tem que ser seres bem iluminados para se manterem assim, lutando a cada dia por seu espaço, por sua comida e o mais importante por sua sobrevivência.

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