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domingo, 9 de outubro de 2016

Sílvia

Não sei dizer como me sinto. Assustada, talvez! Sei que são muitos sentimentos que se rompem dentro de mim. Perco a noção de quem eu sou, do que eu quero e para onde pretendo ir. As vezes acordo e me sinto como se estivesse num mundo paralelo ao meu. As vezes quero ir para um caminho e sinto como se não tivesse forças para continuar. Choro. Me recomponho. Choro. Tento caminhar mas parece que ando em círculos. 
Procuro por Adair, vejo-o saindo com aquela mesma mulher. Meu corpo estremece. Ainda o amo, mas há algo nele que me faz arrepiar. Quero me aproximar, falar de meus sentimentos, dizer a ele o quanto fui enganada. Acreditei nas palavras dos outros e o que eu mais desejava não aconteceu que era viver com ele.
Agora você está na minha frente e te vejo feliz. Essa mulher parece te fazer bem, mas sei que eu te faria melhor ainda. Mas não acreditei isso, nem você. Lembro da nossa última conversa, você chegou para mim e perguntou o que eu queria. Nem tive coragem de olhar para você quando disse que eu não o amava. Sei que você não acreditou em mim, mas eu me mantive forte, pelo menos por fora. Por dentro meu coração chorava. Mas era difícil, eu tinha uma vida, tinha uma família, eu não podia simplesmente seguir o meu coração. E assim, você se foi. Seguiu em frente. 
Para mim, naquele dia, a minha vida acabou. Deixei ir quem amava. Olhava ao meu redor e era só tristeza. Nunca mais fui a mesma. Sabia que a felicidade não era para mim.

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