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domingo, 31 de julho de 2016

De volta

Aproveitei este pequeno período de férias para ficar um pouco off-line. Revi a família, alguns amigos, percorri a minha cidade natal e retornei a minha vida. Foram poucos os dias, mas o suficiente para revigorar-me. Tentei me afastar de tudo que faz parte do meu dia-a-dia, mas é bem difícil. Algumas coisas permanecem.
Ouvi pessoas próximas dizendo o quanto deveria focar no que me traz rentabilidade, até pensei por um pequeno momento em fazê-lo, porém eu amo escrever. Mesmo sem respostas, adoro o que faço. Sei que poderia escrever sobre inúmeros assuntos que dão ibope, mas falar da violência é de suma importância. Não adianta. Para mim, cada dia que passa, estou mais convicta de que estamos retrocedendo nos avanços que tivemos nos últimos anos. Percebo que as pessoas estão mais intolerantes e mais convictas de que suas opiniões devem prevalecer acima de tudo: da lei, da religião e dos bons costumes.
"O outro" está ficando mais distante e o "eu" bem mais presente. Enquanto presenciamos uma minoria lutando por seus direitos, vemos uma maioria discriminando, ridicularizando e matando em nome do que considera ser sua crença, do que considera ser o certo. Isso é muito perigoso. Estamos falando de pessoas, estamos falando de vidas. Ninguém tem o direito de apontar para o outro e julgá-lo. Ninguém tem o direito de fazer prevalecer o que considera ser o certo de uma forma destorcida: denegrindo imagens, praticando bullying, ameaçando, violentando e matando.
Vejo que nas rádios locais, nos jornais, nas manchetes, nas conversas diárias, o índice de violência está aumentando. Continuamos não dando atenção para algo tão sério. Preferimos virar as costas para esta triste realidade e falar sobre coisas banais. Quando vamos amadurecer? Precisamos entender que as coisas não acontecem apenas do lado de fora das nossas casas, por que enquanto é com o outro para que se importar, não é verdade? 
Muitas coisas acontecem sobre o nosso teto, só não enxerga quem não quer. Que possamos falar, que possamos denunciar, que possamos modificar, que possamos fazer a diferença. 

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