Um dia acordei e fiquei pensando: quantas mulheres sofrem, são humilhadas, violentadas e ninguém fica sabendo? É algo tão íntimo, que a maioria delas nem pensam em se expor. Talvez por medo, por vergonha ou para manter a sua família sem ser estigmatizada pela sociedade. Mas o sofrimento...este continua ali, guardado. E talvez este sentimento de impotência seja pior que sua própria dor.
Durante este período ouvi inúmeros relatos. Em nenhum deles eu cheguei e perguntei: você já foi violentada? Simplesmente por algum motivo, essas pessoas vieram até mim, se abriram e me relataram sobre sua vida, suas incertezas, suas aflições. Algumas guardei-as para mim e não comentei aqui no blog.
Depois me perguntei: quantas mulheres já morreram, já sofreram algum tipo de violência e nunca tiveram a oportunidade de relatar os seus tormentos para alguém? Será que elas encontraram a paz? Será que elas ainda sofrem? Será que se elas pudessem dizer alguma coisa, diriam? Então tentando buscar estas respostas o blog foi criado.
In memoriam a ex violentadas era uma forma de dizer que não precisa ser omissa em vida. Reaja enquanto pode. Aqui tivemos todos os tipos de relatos de violência: física, emocional, patrimonial, institucional, intrafamiliar, moral, psicológica, sutil, sexual, entre outros. Foi uma grande aprendizagem para mim por que não tinha noção de como se davam estas violências, nem o que levavam estas mulheres a aceitarem esta condição de serem violentadas. Há coisas que ainda não compreendo e talvez não vou compreender.
Porém, nós não precisamos sofrer a vida inteira. Tudo na vida é uma opção. A gente sempre está naquela condição de querer, poder e fazer. A transformação começa dentro da gente e agora é este o novo objetivo deste blog: empoderar-se.
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