Paciente

Imagino que não há sensação pior do que você ouvir de um médico "de que não há mais nada a ser feito." Penso no que o paciente sente naquele momento: revolta, ódio, descrença, vazio, esperança, vontade de viver,... talvez um pouco de cada, talvez nada, talvez tudo. Sentimentos antagônicos, sentimentos verdadeiros, sentimentos nunca vividos, nunca desejados e nunca esperados.

Chegar em casa, ver a ansiedade da família que ora por boas notícias e você não as têm. Neste momento, você precisa compartilhar o seu sofrimento, mas por mais que doa a quem estiver escutando, ninguém sabe o que você está realmente sentindo, por que naquele momento, todos precisam ser fortes para suportar aquele sofrimento e dar força um ao outro, o sofrimento naquele momento passa a ser calado, passa a ser solitário. Por que juntos não podemos sentir tristeza, todos tem um único papel, ser forte.

Tudo o que você aprende sobre religião, sobre Deus, sobre ter fé, perde o significado, é como se o que você aprendeu durantes longos e experientes anos, perdesse o sentido. Mas, depois de se sentir consternado, injustiçado e mortificado você pudesse perceber que a única coisa que te manterá vivo, a única coisa que lhe dará forças para aproveitar o tempo que ainda lhe resta é juntar tudo: vida, família, fé, trabalho, amigos num único sentimento que lhe impulsiona, a  "A esperança é a luz que nos guia para bem longe do precipício dos nossos piores pensamentos."