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quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Sônia

Acordei e por um tempo não sabia onde estava. Lembrei do último momento em que ainda estava consciente. Lembro de ter visto o meu pai bater em minha mãe, mais uma vez. Aquela mesma cena: gritos, pancadaria, sangue. Só que desta vez, um sentimento que estava guardado dentro de mim, me transformou. Saí correndo em direção a meu pai, só queria defender a minha mãe. Não suportava mais ver aquela cena, não sei como minha mãe aguentava, não sei como ela tinha tanto medo daquele homem que me enojava. 
Lembro que corri em defesa da minha mãe, ela ao me ver, gritou para que fugisse, mas desta vez, seria diferente, eu reagiria por ela. Avancei sobre o meu pai, pedi que ele parasse, ele não me escutava, parecia tomado de fúria, senti o cheiro de bebida. Era típico ele beber antes de batê-la. Meu pai não parou em me ver, pelo contrário. Ao lutarmos, caí. E da minha queda, desmaiei.
Agora que abri os olhos, lembro ainda, do grito de minha mãe, um grito de desespero, um grito de dor. Sei que bati a cabeça na ponta da mesa, pois me lembro da dor que senti antes de cair. Espero que este meu ato faça com que minha mãe reaja. Ela precisa ter forças para seguir adiante. Eu realmente espero que tudo fique bem.

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