Páginas

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Luana

Acordei com uma sensação de que algo naquele dia não terminaria de uma boa forma. Mas ter pressentimento não me faz poder ficar na cama. A vida continua e eu tinha muito o que fazer naquele dia, afinal aquele era o meu dia. O dia que ficaria noiva.
Conheci o Osmar há oito meses. Sabe aquele amor a primeira vista. Você olha, se apaixona e no momento seguinte já está dizendo eu te amo. Ele foi assim na minha vida. Um amor relâmpago. E hoje seria o dia que ele me apresentaria a sua família e me pediria em casamento. Tudo que eu sempre quis.
Não sabia muita coisa dele, mas também para que serviria saber de algo? Estava amando e isso bastava. Tudo que ele me dizia eu acreditava. Então pronto, nada melhor do que organizar os preparativos.
Resolvi ir ao mercado. Queria tudo fresco para preparar o jantar. Na realidade jantar que nada, ia comemorar "à la família": churrasco, cerveja e muito pagode. É  claro que eu pensei num arroz e numa salada para acompanhar. Não podia faltar o doce. Estava pensando num pudim: fácil, rápido e todo mundo gosta.
Ao caminhar pela rua, achei que tinha alguém me seguindo. Olhei para os lados, mas só podia ser da minha imaginação. Afinal, já tinha umas duas semanas que eu estava cismada com isso, mas depois passava. Acho que esse sentimento está virando rotina.
Encontrei uma colega que não a via há algum tempo. Ela estava no bairro indo visitar a sua mãe. Fiquei feliz em vê-la. Ela sabia do meu noivado. Fomos conversando e colocando o papo em dia. Ao chegar no mercado ela quis saber se eu precisava de ajuda. Disse que não. Ela então foi embora.
Demorei um pouco com as compras. Indo embora, o pressentimento voltou. Olhei para os lados novamente e nada. Apressei os passos. Ao chegar em casa, meu coração acelerou. Uma moto vinha em minha direção. Alguns tiros. A sacola caiu no chão. Estava assustada com o que acontecera.

Nenhum comentário:

Postar um comentário