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quinta-feira, 2 de junho de 2016

Lúcia

Sinto que sou resultado das minhas más escolhas. Desde cedo fui considerada rebelde. Gostava de responder, de vestir de uma forma mais excêntrica, de beber e de fumar. Não ligava para nada e não tinha interesse que alguém ligasse para mim. Só queria curtir e ser quem eu queria ser.
Os anos foram passando, os vícios aumentando e a irresponsabilidade diante de minha vida também. Existe um momento que nada te controla e você vive sem limites. Como a gente se posiciona num grau de intocabilidade, nada vem até você, só o que você quer que chegue até você.
Nunca me importei com a família, era sempre os amigos. Era com eles que eu queria estar e estava. Fiz exatamente tudo que eu queria fazer. Um dia, as irresponsabilidades dos meus atos, vieram em forma de uma doença avassaladora. De início revoltei, depois vivi cada momento como se fosse o último, mas depois não teve jeito de fingir que nada estava acontecendo, precisei parar para cuidar de mim, pois já não tinha forças para continuar.
Foi neste momento de sofrimento que percebi quantos erros cometi. Meus amigos continuaram vivendo a sua vida e quem me recebeu, para cuidar de mim, foi a minha família. Como a vida te prega peças. Não consegui ficar com raiva dos meus amigos por que eu teria feito o mesmo (infelizmente), mas a minha família me surpreendeu com sua atitude e foi justamente isso que me fez mal. No momento que fiquei prostrada, percebi que a minha família era maravilhosa e que eu devia ter os conhecido mais. Me senti egoísta, não por ter vivido o que vivi da forma que eu quis mas por não ter dado valor aos que realmente me amavam. 

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