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quarta-feira, 29 de junho de 2016

Desabafo

Resultado de imagem para tudo que é sólido se desmancha no ar

Quando fiz economia, esta frase foi uma das poucas que me marcou. Só não imaginava que alguns anos depois eu sentiria o efeito desta frase como um tipo de violência que sofri. Outro dia fiz uma postagem explicando a violência patrimonial, hoje ao receber uma ligação com uma oferta de emprego percebi de uma forma bem direta o quanto fui lesada.
A economia era uma profissão que amava exercer, eu era concursada, ganhava bem e estava começando a minha vida. Um dia, acordei e verifiquei que era muito nova para estar acomodada num emprego público. Exonerei, mudei de Estado e recomecei a vida.
Neste período quis me tornar professora, como amava estudar, pensei que era a profissão certa para se ter: eu receberia para fazer o que mais gostava. E assim o fiz. Estudei anos a finco: nova formação, novos aperfeiçoamentos, novas especializações, novo mestrado. Tudo da forma que tinha de ser. Procurei por uma Instituição que se dizia conceituada e que era a segunda melhor do Estado. Como sempre estudei nas melhores, não pensei duas vezes. Em questão de pouco tempo, já estava empregada. Estava trabalhando no horário que eu queria, com a disciplina que eu queria e atendendo a um público que me ajudou muito a crescer como pessoa e a dar valor há coisas que antes eu não dava.
Depois de passar no concurso pelo município e de estar lecionando pelo Estado, recebi a notícia da Superintendência de Educação que eu seria exonerada por que o diploma era falso. FALSO? Como falso? Eu paguei, estudei, fiz as provas, defendi dissertação e agora era tudo falso? Meu mundo desmoronou. Cheguei a ficar um pouco incrédula, depois depressiva, depois adoeci e agora consigo me reerguer. Sem expectativas, mas me reergui.
Moral da história: a Superintendência argumenta que a Instituição não podia ofertar o curso. A Instituição argumenta que o curso valeu como aprendizagem, que se eu não conseguir emprego aqui na cidade que consigo em outro lugar. E quanto a mim? Ninguém se importa! Os anos passaram, estabeleci família, acreditei num sonho que me foi tirado. Isso não vale nada, não é verdade?
Sou só mais uma a ser enganada. O que era sólido, desmanchou-se no ar. A minha posição social sofreu abalos. Passar por algo que não se espera, ser lesado, ter seu mundo destruído, não vale nada. 
Mas não tem problema não? Sabe por que? Enquanto vocês estão aí vendendo cursos e não sonhos, eu caí, me levantei, estou mais forte. Entre eu e vocês, sou mais eu. Posso não ter o dinheiro que vocês têm, mas tenho caráter. E isso para mim, basta!

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