Resumo: Engels observa no seu
livro “A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado”, que a família
progride na medida em que progride a sociedade e que se modifica na medida em
que a sociedade se modifica. Observamos há alguns séculos que o modelo
idealizado de família tanto pela Igreja quanto pelo Estado e que passou a ser
estereotipado pela sociedade foi o de família patriarcal, onde literalmente o
homem dava as cartas e a mulher obedecia. De acordo com a evolução da sociedade
no que concerne à industrialização, tecnologia, economia e até mesmo na própria
cultura, rupturas estão ocorrendo e com isso novos modelos estão se formando e
consequentemente passam a ser estudados. Entre os modelos de famílias podemos
citar: reconstituídas, constituídas através de uniões livres, monoparentais
masculinas, parentes consanguíneos e a que se propõe neste trabalho, estudar a
formação de um núcleo familiar monoparental feminina nos quilombos numa localidade do Estado do Espírito Santo. Esta nova formação familiar constitui em um grave
problema na nossa sociedade e atinge grande número de mulheres de todas as
classes sociais, escolaridade e faixas etárias. Para adentrar neste universo
das famílias monoparentais quilombolas femininas, utilizamos a pesquisa
qualitativa. Foram realizadas entrevistas com três mães chefes de família que,
através de suas vivências puderam explanar sobre diversos aspectos de suas
vidas: participação da família, trabalho, chefe familiar, educação dos filhos.
Nesse novo estereótipo de família, as mulheres assumem a responsabilidade da
criação e da educação de seus filhos, além de ser a principal e talvez a única
provedora financeira do seu novo lar. Este trabalho é apenas o início de uma
discussão acerca das famílias quilombolas que constituem hoje um novo núcleo
familiar: a monoparental feminina.
Amanhã abordaremos as transformações que a família tem sofrido na sociedade.
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