Páginas

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Família Monoparental

Nestes próximos dias falarei um pouco sobre um estudo que fiz sobre a monoparentalidade feminina nos quilombos e depois farei uma pequena associação com a violência que as mulheres quilombolas têm sofrido no decorrer dos anos. Espero que gostem.
Resumo: Engels observa no seu livro “A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado”, que a família progride na medida em que progride a sociedade e que se modifica na medida em que a sociedade se modifica. Observamos há alguns séculos que o modelo idealizado de família tanto pela Igreja quanto pelo Estado e que passou a ser estereotipado pela sociedade foi o de família patriarcal, onde literalmente o homem dava as cartas e a mulher obedecia. De acordo com a evolução da sociedade no que concerne à industrialização, tecnologia, economia e até mesmo na própria cultura, rupturas estão ocorrendo e com isso novos modelos estão se formando e consequentemente passam a ser estudados. Entre os modelos de famílias podemos citar: reconstituídas, constituídas através de uniões livres, monoparentais masculinas, parentes consanguíneos e a que se propõe neste trabalho, estudar a formação de um núcleo familiar monoparental feminina nos quilombos numa localidade do Estado do Espírito Santo. Esta nova formação familiar constitui em um grave problema na nossa sociedade e atinge grande número de mulheres de todas as classes sociais, escolaridade e faixas etárias. Para adentrar neste universo das famílias monoparentais quilombolas femininas, utilizamos a pesquisa qualitativa. Foram realizadas entrevistas com três mães chefes de família que, através de suas vivências puderam explanar sobre diversos aspectos de suas vidas: participação da família, trabalho, chefe familiar, educação dos filhos. Nesse novo estereótipo de família, as mulheres assumem a responsabilidade da criação e da educação de seus filhos, além de ser a principal e talvez a única provedora financeira do seu novo lar. Este trabalho é apenas o início de uma discussão acerca das famílias quilombolas que constituem hoje um novo núcleo familiar: a monoparental feminina.

Amanhã abordaremos as transformações que a família tem sofrido na sociedade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário