Entende-se
por participação na família, o auxílio dado pela família materna seja em forma
financeira, cuidados com os filhos, ajuda com os alimentos, entre outros.
No
depoimento de Lurdes, percebe-se uma maior presença de familiares que
participam e auxiliam na dinâmica familiar feminina. Nesse relato a ajuda de
sua mãe (avó da criança), torna-se central, suprindo as necessidades na
ausência da mãe quando está sai para trabalhar e buscar o sustento de sua
família.
“Morar
no mesmo terreno que a minha mãe me ajuda em tudo. Almoçamos na casa dela e
quando não posso, ela fica com meu filho.”
Glória
aponta em seu depoimento a limitação dessa ajuda, mesmo porque ela abdicou do
seu profissional para cuidar de seu filho na infância e neste período ela
encontrava-se unida ao seu cônjuge.
“Aos
oito anos, meu filho já sabia cozinhar, arrumar casa, ir ao mercado e pra
escola. Muitas vezes, tive que que deixar ele sozinho em casa, para trabalhar.
Sei que é errado, mas precisava comer.”
Tereza
não foi criada pela mãe, que foi embora quando ainda era pequena. Nunca teve
contato com o pai e quem a criou foi a avó materna. Como a avó vive em outro
Estado, a criação de seus filhos dependeu dela mesma. Em momentos de extrema
necessidade, os filhos iam para a casa do pai.
“Minha
mainha é muito boa para mim, mas mora muito longe. Tudo que eu preciso dentro
das possibilidades dela, ela me ajuda. Nas férias, meus filhos vão sempre para
lá. Ela é muito importante na nossa vida.”
Deste
modo, percebemos que nem sempre o familiar encontra-se disponível ou a vontade
de ajudar: seja pela distância da moradia, por ordem pessoal ou financeira. O
fato é que quando a família solicitante não recebe o apoio para atender as
necessidades momentâneas, observamos uma precoce emancipação na educação dos
filhos, podendo surgir uma situação de risco.
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