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domingo, 8 de novembro de 2015

Resultado da pesquisa

Para resguardar a identidade das mulheres quilombolas monoparentais entrevistadas e que relataram a sua experiência, daremos o nome de Glória, Lurdes e Tereza. Faremos um pequeno resumo sobre a história de cada uma das entrevistadas, apresentando aqui seus pensamentos sobre sua origem, instrução, casamento, separação e sua relação com o trabalho.
Família G
Glória, 38 anos, reside com seu filho de 20 anos. Trabalhava como servente de uma escola, de segunda a sexta-feira. Seu filho George acaba de completar o ensino médio e está iniciando um trabalho.
Quando tinha 16 anos, ela estava namorando e engravidou. O pai da criança trabalhava na plantação de cana e desde anunciado a gravidez, Glória que morava com sua mãe, decidiu ir morar com ele.
Ela largou na época o trabalho de doméstica e por longos anos dedicou-se ao marido (que era muito ciumento) e a criação de seu filho.
Logo após o filho tornar-se independente no conceito dela, ela voltou a trabalhar, gerando grande conflito com seu companheiro. Com sentimento de posse em relação a ela, iniciaram-se os desentendimentos que afetaram a relação entre os dois.
Apesar de viverem por um tempo separados, ela tentou reatar o relacionamento, pois dentro dos conceitos que ela havia aprendido: “a união entre um casal deve durar até que a morte os separe.”
Há dois anos, por motivos não explanados por ela, o seu cônjuge veio a falecer e ela se encontra na condição de viúva e gestora do lar. Atualmente, retornou os estudos e está completando a terceira série.

Família L
Lurdes, 22 anos, é chefe de família há quase três anos, desde que seu parceiro, Lauro, com o qual morou por quatro anos, abandonou-a indo morar sozinho e aproveitar o seu estado de solteiro. Possui um filho de 6 anos.
Lurdes mora com seu filho em uma casa de cinco cômodos, porém, no mesmo terreno de sua mãe.
Exerce a função de vendedora de bombons, trabalhando em casa na parte da manhã e indo vendê-lo na rua na parte da tarde. No momento, parou com os estudos.

Família T

Tereza está desempregada e possui dois filhos: Tiago de 17 anos e Tadeu de 16 anos. Reside numa casa alugada pelo seu ex marido. Tereza morou com seu esposo durante onze anos. A separação ocorreu devido o marido envolver-se com outra mulher, com a qual mora até os dias atuais. Vivendo como sacoleira por alguns anos, concluiu a faculdade de direito e hoje procura por um emprego na área.

Analisando a trajetória de vida de cada uma destas famílias, percebe-se que todas já vivenciaram a configuração de família nuclear.
Cada história possui a sua particularidade, porém, todas apresentam a mesma experiência: são responsáveis pela manutenção de suas unidades domésticas.

No post de amanhã será apresentada as falas dos sujeitos da pesquisa, buscando fazer uma transcrição literal das entrevistas.

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