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domingo, 12 de abril de 2015

Amanda

Quantas coisas precisamos de passar nessa vida para sermos felizes? E por mais que passamos por tudo, um dia encontraremos a felicidade? Ela existe ou é imaginária?
Esses pensamentos sempre tomaram conta da minha vida e do meu destino. Sempre tomei atitudes em busca do que achava ser o certo. Em nome da felicidade saí de casa cedo, viajei por esta estrada afora, bebia, fumava, dançava, curtia e curtia muito. Sempre achei que era um espírito aventureiro.
Quando precisava de dinheiro trabalhava com o que fosse necessário. Em outros momentos, gastava com o que gostava. Carregando uma mochila, sem medo do futuro, fui levando a minha vida descompromissada.
Existia algo interessante em mim. Eu conseguia entrar e sair dos lugares sem ser notada. Era como se eu me camuflasse nos ambientes. Ninguém percebia que eu era uma “forasteira”. Até que um dia tudo mudou, a minha vida mudou drasticamente e eu acabei dentro da minha própria armadilha.
Um dia quando acordei, decidi que onde estava já era. Quando me sentia assim, sabia que era hora de mudar. Peguei minhas coisas, coloquei dentro da mochila e me preparei para partir. Fui ao posto da cidade, como normalmente eu fazia. Era uma forma barata de cair na estrada. Observei os caminhoneiros que lá estavam. Havia um bem retraído, falava pouco e parecia bem centrado no que fazia.
Cheguei próxima a ele, perguntei para onde ele ia e se me dava uma carona. Ele olhou para mim e perguntou: - porque uma moça tão bonita está num posto pedindo carona? Com um sorriso nos lábios, dei de ombros. Fui me afastando, quando ele viu que ia embora, ele disse: - tudo bem mocinha, eu te levo, suba aí. Subi no caminhão me sentindo vitoriosa.
Eu não sei por que, mas ele me passava confiança. Parecia que eu o conhecia há anos. A viagem foi transcorrendo de forma tranquila, agradável e como eu nunca fazia, me abri para ele por completo. Em poucas horas, já sabíamos sobre a vida do outro. Paramos num restaurante à beira da estrada e ele foi buscar comida para gente. Comemos no caminhão para não perder tempo, ele tomou uma água e eu tomei um suco delicioso que ele havia levado para mim.

Depois de uns minutos, comecei a sentir sono. Barriga cheia, estrada longa. Quando ele viu que eu estava relutando em cochilar. Ele disse: - pode descansar. Faltam algumas horas para chegar no seu destino, quando estiver próximo de lá, te aviso. E assim, confiando na palavra de um estranho, dormi.

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