Quantas coisas precisamos de
passar nessa vida para sermos felizes? E por mais que passamos por tudo, um dia
encontraremos a felicidade? Ela existe ou é imaginária?
Esses pensamentos sempre tomaram
conta da minha vida e do meu destino. Sempre tomei atitudes em busca do que
achava ser o certo. Em nome da felicidade saí de casa cedo, viajei por esta
estrada afora, bebia, fumava, dançava, curtia e curtia muito. Sempre achei que
era um espírito aventureiro.
Quando precisava de dinheiro trabalhava
com o que fosse necessário. Em outros momentos, gastava com o que gostava. Carregando
uma mochila, sem medo do futuro, fui levando a minha vida descompromissada.
Existia algo interessante em mim.
Eu conseguia entrar e sair dos lugares sem ser notada. Era como se eu me
camuflasse nos ambientes. Ninguém percebia que eu era uma “forasteira”. Até que
um dia tudo mudou, a minha vida mudou drasticamente e eu acabei dentro da minha
própria armadilha.
Um dia quando acordei, decidi que
onde estava já era. Quando me sentia assim, sabia que era hora de mudar. Peguei
minhas coisas, coloquei dentro da mochila e me preparei para partir. Fui ao
posto da cidade, como normalmente eu fazia. Era uma forma barata de cair na
estrada. Observei os caminhoneiros que lá estavam. Havia um bem retraído, falava
pouco e parecia bem centrado no que fazia.
Cheguei próxima a ele, perguntei
para onde ele ia e se me dava uma carona. Ele olhou para mim e perguntou: -
porque uma moça tão bonita está num posto pedindo carona? Com um sorriso nos
lábios, dei de ombros. Fui me afastando, quando ele viu que ia embora, ele
disse: - tudo bem mocinha, eu te levo, suba aí. Subi no caminhão me sentindo
vitoriosa.
Eu não sei por que, mas ele me
passava confiança. Parecia que eu o conhecia há anos. A viagem foi
transcorrendo de forma tranquila, agradável e como eu nunca fazia, me abri para
ele por completo. Em poucas horas, já sabíamos sobre a vida do outro. Paramos num
restaurante à beira da estrada e ele foi buscar comida para gente. Comemos no
caminhão para não perder tempo, ele tomou uma água e eu tomei um suco delicioso
que ele havia levado para mim.
Depois de uns minutos, comecei a
sentir sono. Barriga cheia, estrada longa. Quando ele viu que eu estava
relutando em cochilar. Ele disse: - pode descansar. Faltam algumas horas para
chegar no seu destino, quando estiver próximo de lá, te aviso. E assim,
confiando na palavra de um estranho, dormi.
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