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domingo, 5 de abril de 2015

Rafaela

Adoro me sentir amada. Sempre fui assim. Gosto de saber que provoco, que chamo atenção, que tenho uma pessoa que realmente gosta de mim. Meu último relacionamento foi muito intenso. Amei e fui amada. Passamos por momentos intensos. Estávamos sempre juntos. Não havia nada que pudesse impedir nossos impulsos de viver. Ah, esqueci. Existia apenas uma coisa que poderia acabar com tudo: a morte.
Nunca pensei na morte. Sempre pensei na vida. Em aproveitá-la o máximo. Com o Joca o dia não parecia ter fim. Éramos constantes e inconstantes. Estávamos aqui e depois ali. O que posso dizer disso tudo é que não sei se realmente fazia o certo. Só sei que fiz o que achava que era o certo. Criamos um mundinho nosso e éramos felizes. Isso é o que importava no momento. Na realidade, isso sempre importou. Achávamos que éramos almas gêmeas. Hoje me pergunto se existe alma gêmea. Creio que sim, porém, também acho que não. A alma gêmea não deveria ser eterno?
Quando paro para pensar, percebo, que o que pode ter saído errado na nossa relação é que ela era só nossa. Não tem como existir num mundo e achar que não há mais nada para ser feito além de amar e ser amada. Penso que poderíamos ter controlado melhor os nossos impulsos, mas quem que pensa em controlar impulsos quando se ama? Nós não pensávamos.

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